-Essa tua amiga, como é que ela pode tanto?
-Ahh meu bem, é de nascença!
Tá explicado.
É pessoal, é?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Vamos lá, Senhor! É pessoal? Pode falar. Eu agüento. A verdade doi-la a quem doi-la. Diga aí: por qual dos grandes desastres da humanidade eu fui responsável??? Por Seu amor, me diga aí. É sina??? É karma??? O que danado é isso?? Vou pagar por toda a vida?? Pelo resto da eternidade e mais um pouco??? Per favore, diga. Pra eu me preparar psicologicamente. Certo que Você escreve certo por linhas tortas. Mas as linhas não precisam ser tão tortas. Ou precisam? Assim eu nunca sei aonde estou indo? Se é que estou indo a algum lugar. Dá pra Vossa Pessoa ser mais clara e objetiva em alguns momentos? É que meu cérebro não consegue filosofar de manhã cedo, ele ainda não acordou.
Na hora da saída.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Não vai não. Não vai não. Vai não. Não.
Tá certo. Vai. Vai. Vai.
Pode ir.
Azul da cor daqueles olhos
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Mateus tinha os olhos azuis mais azuis que já vi. Só o encontrei duas vezes, em toda minha vida. Num intervalo de horas de um mesmo dia. Mais um desses momentos de puro acaso. Por uma boa meia hora, me perdi no azul dos olhos de Mateus. Não conseguia desviar o olhar daqueles olhos. O que, confesso, me deixou desconcertada. É que eles me fizeram esquecer, por um breve instante, tudo aquilo que me incomodava. Aqueles olhos me deram férias do trabalho, aliviaram minhas dores, anularam minhas preocupações, me fizeram sorrir. É que o azul dos olhos de Mateus, não era igual a nenhum outro azul, nem ao do céu, em dia ensolarado, nem ao do mar, com seus tons em degradê. De hoje e por todo a minha vida pregressa, nenhuma cor foi tão viva quanto o azul dos olhos de Mateus. Mateus, por sua vez, passou o tempo se deliciando com o que via a sua frente. Apenas as expressões em seu rosto e seu olhar eram capazes de denunciar alguma emoção ou sensação mais forte. Não falava nada. Não perguntou meu nome, nem o que eu fazia. Também nada disse sobre si. O que foi bem oportuno, pois falar só viria a me dispersar daquele instante. Soube o seu nome por acaso. Como tudo naquele momento, foi por acaso. Depois do azul dos olhos de Mateus, lembrei de como o azul me fascina. De repente todas as fachadas de prédios eram azuis, as roupas dos transeuntes eram azuis, os anúncios espalhados pela cidade eram azuis. Tudo ficou azul. Mas nada se comparava ao azul dos olhos de Mateus. Duas bolas perfeitas cravadas num rosto branco, de pele macia e nariz reto. Pensei na natureza irônica que, talvez, querendo compensar a ausência dos outros sentidos, oferecia a Mateus aqueles lindos olhos azuis, brilhantes e vivos. Aqueles olhos que parecem não piscar, por não querer perder um segundo sequer de vida. Registrando tudo a sua volta. Pensei em tudo que aqueles lindos olhos, com não mais que 6 anos de idade, ainda vivenciarão. Desejei que o mundo fosse mais bonito, só pra ser visto por aqueles olhos. E pensei que, enquanto viver, nunca mais vou esquecer o azul dos olhos de Mateus.
Resposta
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O que ela poderia responder? O que poderia dizer? Era o tipo de pergunta retórica. Daquelas que ou fazem pensar, ou induzem ao erro. Era o tipo de pergunta indecente, que deveria ser censurada a fim de manter a ordem no tribunal ou, ao menos, a sanidade no juízo. Aí vem você falar de tristezas e decepções pela ausência de resposta. Pelo silêncio. Alguém já ouviu falar “que muitas vezes, o silêncio é para o homem a melhor decisão” ? Além do mais, como bem lembrou um amigo, a boca fala do que tá cheio o coração. Se não fala, é porque não tem nada a dizer. Óbvio demais. Mais claro impossível. O que não significa que ele esteja vazio. Só não está cheio daquilo que você gostaria que estivesse. Ele está ocupado em não parar de bater. Ele está ocupado em não perder o ritmo. Ele está ocupado em se manter em paz. Ele está ocupado em desejar o novo. Porque pra ele o trabalho nunca foi fácil. Então agora ele encheu-se do que realmente interessa. Enquanto espera pra transbordar por alguém, que agora (ou ainda) não é você, porque ele não é tão bobo quanto aparenta, porque ele é, essencialmente, um coração humano. E como tal, sabe que perdoar é divino. Então ele entende, e até perdoa, se for o caso, mas não esquece.
Um pouco mais sobre ela...
Nem tão direta quanto um direto de direita, às vezes, um pouco mais dolorosa.
Pensador
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
"Eu não me preocupo tanto com o que acham de mim. Quem geralmente acha, não achou, nem sabe ver a beleza dos meus avessos, que nem sempre eu revelo."
Tenho que admitir: Algumas verdades podem surgir de onde menos se espera.
Tenho que admitir: Algumas verdades podem surgir de onde menos se espera.
Jesus disse:...
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Seja educado. Esse foi só mais um dos momentos engraçados protagonizados por esta pessoa que vos fala (ou escreve, como queiram). Mais uma vez aquela sensação de talento desperdiçado. Não sei muito sobre o que Jesus disse de fato. Na verdade, até sei, mas procuro guardar pra mim as considerações sobre o assunto. O fato é que entre todos os ensinamentos, acredito que ser educado estava implícito (risos). Tem uma história de não julgar, isso eu sei que está lá, em algum lugar. Esse negócio de julgamento é complicado. Como seres humanos, ainda animais instintivos, antes de tudo, temos essa tendência a reagir, principalmente àquilo que não conhecemos profundamente. O que nem sempre acontece de forma positiva. Todos nós somos algozes e vítimas de conclusões precipitadas. Eu que o diga. Por isso é importante não se deixar influenciar pela primeira impressão. É graças a isso que você pode ser contemplado com algumas boas surpresas. Graças a isso, a não temer o novo, você pode vivenciar os circuitos alternativos da vida, com todos os seus universos paralelos. Graças a isso, e à mania que algumas pessoas têm de não desistirem daqueles seres aparentemente mais difíceis e complicados, porque conseguem extrair deles o que têm de melhor. Graças a isso você pode experimentar novas sensações. Não se enganem. Não to falando de nenhum tipo de substância que altera o seu humor, seja ela lícita ou ilícita. O final de semana foi só geração saúde. Teve à tarde de surf. Lá vai ela, garota bronzeada, aquela cor bonita de macaxeira descascada, 26 anos de praia, a prancha debaixo do braço, numa roupa que lhe cabia duas vezes. Depois de dois litros de água engolidos. Vai passando por vários extremos. O medo, sempre do desconhecido. A coragem, de enfrentar o medo, por se sentir capaz. O desespero, por achar que não iria mais conseguir. A perseverança, por pensar que era mais forte. Por fim, a vitória, por se manter de pé. A sensação de desafiar a si mesmo, e vencer. Muito bom. A melhor sensação de todas: olhar pro lado e ouvir as vozes distantes, aquela que te pedia calma e equilíbrio a todo o momento, e aquela que vibra e aplaude porque você conseguiu. Impagável. Indescritível. Teve o banho de mar à noite, na companhia de três amigos, um deles, o negão Juba, um labrador que mais parece de pelúcia, tirando as horas em que ele resolve fazer xixi nos desavisados sentados na areia. O cansaço e a fadiga depois do treinamento árduo foram compensados com uma rodada de pastéis clonados. Teve aquele mar. Aquele céu. Aquele sol. Teve a noite da comida japonesa e do açaí. Teve muita conversa jogada fora. Muita risada. Muito papo sério. Teve o doutor surfista, ou o surfista doutor. Teve o casal de adolescentes de 30 anos mais gente boa da região, uma japinha, com sotaque paulistino (mistura de paulista com nordestino), e um educador físico, que vive com um sorrisão estampado e faz piada o tempo inteiro, daquelas pessoas que você tem a sensação de conhecer há muito tempo. Teve uma família muito simpática e acolhedora, com uma vida em contato direto com a natureza. Teve um pouco mais sobre mim. Teve mais dois apelidos para a coleção. Papagaio e guaxinim. Um mais original que o outro. O primeiro por ser quieto e bonitinho, mas é só chegar perto que ele quer bicar, o segundo não obteve maiores explicações. Mas tá valendo. Tudo vale à pena quando a alma não é pequena. Então valeu. "Se permitir" é importante. Mais importante ainda é conseguir perceber os breves, porém intensos, momentos em que a felicidade se apresenta.
Pensamento noturno.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
As pessoas deveriam parar de prometer aquilo que elas não podem oferecer de verdade. Amor, por exemplo.
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