Eles fizeram como há muito não faziam. Como no começo. Sentados no banquinho. Ele usava o perfume que ela gosta. Ela se fez bonita, fingindo displicência. Os cabelos soltos, refletindo a luz. Conversaram amenidades. Coisas vãs. Palavras sem sentido. E riram de si mesmos. Como no começo. Contaram coisas de suas vidas. De como cada um seguiu seu caminho. Ele falou da nova namorada. Ela falou que estava bem. Estavam felizes. Sem maiores pretenções. Só por perceberem que algumas coisas não mudam. Por saberem que carregam boas lembranças. Talvez como consolo, chegaram a conclusão que a vida tinha sido injusta. Quando tudo de que eles precisavam era de uma mínima e única chance de darem certo. Eles juntos, não funcionaram. Ela pensou que lhe devia desculpas. Por ele olhar pra ela de um jeito tão bonito. Pior, por ele pensar nela de um jeito tão bonito. Ele não deveria. Ele não tinha o direito de olhar pra ela daquele jeito. Não quando ela mesma, consciente ou incoscientemente, trazia ainda tanta mágoa. Ambos se explicaram. E agora, somente agora, eles entendiam. Sem ressentimentos. Só que agora, diferente do começo, ambos carregam consigo uma bagagem enorme. Que não pode ser apagada, esquecida, ou deixada para trás. Usando o velho cliché "o rio seguiu seu curso". E aquele sentimento, eles vão sentir. Como uma coisa boa de lembrar. Sabendo que todos os atropelos, serviram de aprendizado. E que felizmente o tempo, não destrói tudo, quando pelo menos alguma coisa desse tudo, é de verdade.
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