Alquimista de mim mesmo

quinta-feira, 31 de março de 2011

"Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus..." Clarice Lispector

Sobre a dor compartilhada

segunda-feira, 21 de março de 2011

É porque ao sentir a dor de alguém, você automaticamente para de apiedar-se de si mesmo. Porque existem dores reais. E mesmo que, por um momento, teu único desejo seja alguém pra compartilhar as tuas próprias dores, ainda que em absoluto silêncio. Por mais que você só queira um pouco de colo, e alguém pra te alisar os cabelos e te fazer sentir gratuitamente querida. Ao se deparar com uma realidade tão crua, aquela dorzinha incômoda passa a ser um pequeno detalhe. Porque existem dores mais reais. E você vira o colo de alguém, em absoluto silêncio, enquanto lhe alisa os cabelos, "querendo" gratuitamente. Até que tudo passe. Vai passar. É o que você se permite dizer. Repetindo num mantra sussurado, na tentativa de convecer, mais a você que ao outro, de que tudo vai ficar bem.

Teus olhos abrem pra mim...

sexta-feira, 18 de março de 2011

"...todos os encantos bons...
...Eu vi você passar levando meu encanto
Caminho sem saber de mim
Eu vivo sem pensar
Se sou só ou sou mar."

A verdade é que ...

terça-feira, 15 de março de 2011

... A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.

Antoine de Saint-Exupéry

Infinito...

quinta-feira, 10 de março de 2011

... Particular

Eis o melhor e o pior de mim.
O meu termômetro, o meu quilate.
Vem, cara, me retrate.
Não é impossível.
Eu não sou difícil de ler.
Faça sua parte.
Eu sou daqui, eu não sou de Marte.
Vem, cara, me repara.
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim.
Só não se perca ao entrar...
No meu infinito particular.
Em alguns instantes.
Sou pequenina e também gigante.
Vem, cara, se declara.
O mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder.
Olha minha cara.
É só mistério, não tem segredo.
Vem cá, não tenha medo.
A água é potável.
Daqui você pode beber.
Só não se perca ao entrar...
No meu infinito particular.

Marisa Monte