Bilhete:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Se tu me amas, ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados.
Deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amado,que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."

Belo, simplesmente belo.

Sobre a verdade

domingo, 27 de dezembro de 2009

Sobre a verdade, há que se considerar que embora, para a maioria, falar, seja ainda a melhor opção, ouvir nem sempre é fácil. A verdade é detentora do poder de provocar reações diversas, esperadas e inesperadas. Há que se considerar o relativismo da consciência do emissor e do receptor. Em tempos em que o absoluto se torna obsoleto num piscar de olhos, é preciso muito cuidado. Qualquer ruído, por menor que seja, pode ser desastroso.

Calor humano o ano inteiro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Adormecer depois de uma dose de Marguerita, um banho demorado de água doce, as 2 da madruga, e uma taça de sorvete, em mais uma das noites quentes dessa cidade.
Existem coisas que não têm preço...

A noite das borboletas.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Essa noite ela ganhou todas as borboletas. Por que borboletas? Simples. Elas gostam das flores. Por que borboletas? Porque elas são a prova da metamorfose ambulante. Do se fazer o colorido daquilo que é revestido por uma casca sem graça. Porque as borboletas são tão inconstantes quanto ela mesma. São tão inquietas quanto ela o é. Atraídas pela luz, a ponto de nela ou por ela se perderem. Essa noite ela sentiu o coração querer explodir. Eufórica, como se acabasse de descer de uma montanha russa. Ela sentiu pelo pulsar no seu pescoço, pelo tremor na sua voz. Ela se sentiu tão feliz quanto alguém poderia ser. Como se o papai Noel sempre tivesse existido. E ela nunca tivesse acordado para as tristes desilusões da vida adulta. A bailarina sorriu. Como uma criança que ganha o brinquedo mais desejado. E quis sair dançando. Um samba seu. Como sempre faz, na sala de casa. O mandacaru se reconheceu. Admirando a si mesmo. Como o ser mais estranhamente belo que já viu. Não a beleza convencional e puramente estética, mas a beleza inesperada, a beleza que instiga. A beleza não pelo que aparenta, mas por todas as reações que pode provocar. A noite das borboletas, vai ser contada para os netos que ela terá um dia. Mesmo que noites como esta sejam, ainda, indescritíveis. Como essa coisa do querer, mais que bem querer. Como o fato de que algumas pessoas fazem nossas vidas diferentes. Ela vai contar sobre a surpresa. Sobre o inesperado. Sobre aquele abraço. Não. Não foi só porque ela ganhou as borboletas. É porque são as borboletas. E a bailarina, e o pé de mandacaru, e o samba, e o ursinho, e o chocolate. E tudo aquilo que faz parte do pequeno universo criado por ela. Do mundo que ela escolheu pra guardar consigo dentro de sua redoma, onde pouquíssimos tem o privilégio de entrar. Não. Não há nada que você não tenha percebido. E ela será eternamente grata por isso. Porque para o ser humano, mais difícil é encontrar quem lhe penetre a alma.


“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Antoine de Saint-Exupéry

Sorria...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"O mundo é bom.
A felicidade até existe."

O choro

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ainda ontem, por essas horas, conversava com um amigo sobre a importância do choro. Como essa reação tão espontânea alivia a alma. E como depois de um tempo, deixamos de chorar. Agora depois do choro, acredito que já não tenho mais o amigo. Triste idéia. Contava com ele pra aparar minhas lágrimas quando meus olhos insistissem em não parar de vertê-las. Mas o choro veio porque o amigo foi. Amigo que é amigo é assim. Nos traz algum benefício até quando nos faz chorar. Espero que ele volte logo.

Gota d'água

De verdade, me impressiona essa capacidade que algumas coisas têm de não mudar. Me impressiona a medida em que as histórias se repetem. Me impressiona mais ainda essa capacidade que tenho de fazer acontecer tudo aquilo que mais tento evitar. Deve ser algum dom, em função da péssima comunicóloga que sou, essa mania de não me fazer entender. De confudir as pessoas. E por elas ser confundida. Não. Meu coração não é um pote até aqui de mágoas. Lamento profundamente, mais uma vez, o engano.

All that lights, all that sounds.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"I'm sorry, but I'm just thinking of the right words to say.
I know they don't sound the way I planned them to be.
And if I have to walk the world to make you fall for me.
I promise you, I will."
Tudo bem. Mamãe sempre falou que ela é precoce. Na verdade, sob muitos aspectos, ela se sente ora um passo a frente, ora um passo atrás. O estranho é a permanente sensação de estar no tempo errado. Bem que ela poderia perder essa mania de chegar cedo demais, ou tarde demais. E simplesmente chegar na hora certa.