I'll be there for you

terça-feira, 11 de maio de 2010



Entre tantas outras coisas, um dia você aprende que alguns dias parecerão muito difíceis. E dias difíceis, por sua vez, parecerão os dias mais longos de sua vida. As coisas não farão sentido. E isso será revoltante. O mundo parecerá injusto e cruel. A humanidade parecerá tomada de uma acesso de insanidade geral, dominada por sentimentos pequenos, que te levarão a cometer, inevitavelmente, entre outras opções, o pecado da ira. Nesses dias, quando a dor e o cansaço forem insuportáveis, não se preocupe, eu estarei lá por você. Só pra te dar um abraço, porque abraçar faz bem. Pra te servir de apoio, porque apoiar faz bem (e todo apoio é bem vindo). Pra ouvir tuas lamentações, porque ouvir faz bem. Pra tentar te alegrar um pouquinho que seja, porque sorrir faz bem, e fazer sorrir quem a gente quer bem é uma da melhores sensações do mundo. E eu te levarei pra tomar um sorvete, uma caipirinha, um copo d'água até. Qualquer coisa que melhore o teu humor. E se nesse dia, nada der certo, e você chorar, porque chorar faz bem, alivia a alma, eu chorarei com você. Concordando ou não com teus motivos. Porque nada como os amigos para ampararem nossas lágrimas, quando nossos olhos insistem em não parar de vertê-las.

As orações das mães são mais fortes

domingo, 9 de maio de 2010

Você pode até não ser a melhor do mundo, para os outros, pra mim é. E aí não dizendo que você é perfeita. Porque o conceito de "melhor" não está necessariamente ligado ao conceito de "perfeito". Talvez, uma das coisas que faz de você a melhor, é o fato de saber lidar bem com suas qualidades e defeitos. O fato é que você veio estrela desde o batizado, sacramentada e registrada em cartório. E não consigo imaginar outra relação entre mãe e filha que não seja a nossa. Aprendemos juntas, ao longo dos anos, a compartilhar. Sonhos, desejos, temores, bobagens, sorrisos, lágrimas, tristezas, alegrias, experiências, sensações, pensamentos, além de roupas, maquiagens e dicas de beleza em geral, agora que eu tenho idade suficiente pra isso. Porque você me ensina sobre amor, doação, renúncia e todos aqueles sentimentos que às vezes me parecem tão confusos e inapropriados. E você entende a minha falta de vocação para a culinária. E que eu não sei agir sob pressão. Você consegue dizer a verdade sem ferir. E chega a ser engraçado quando perde a paciência, porque nesses momentos te vejo na condição humana, com todas as tuas falhas, e te amo mais por isso, porque fica mais próxima do que sou. Porque, muitas vezes, enquanto elaboramos nossas teorias sobre relacionamentos, esperanças e frustrações, sai a mãe e entra a mulher. Igual a mim. E te amo ainda mais por isso. Porque toda noite você pede por mim. Pra que eu tenha saúde, pra que tenha um bom dia, pra que eu chegue bem em casa, ou até pra que eu encontre o genro dos teus sonhos e possa te dar mais netos. E aí entra o teu lado divino. Por sinal, acredito que as orações das mães são mais fortes. Elas têm um crédito maior com Deus. Isso deve ter a ver com o fato delas, assumindo todas as suas condições, levarem a diante um plano maior, seja ele qual for. Ou simplesmente porque elas precisam pedir tanto por nós, durante uma vida inteira, que sua fé adquire grandes proporções. Porque num mundo tão louco, é preciso acreditar que tem mais alguém olhando pelos seus filhos, quando elas não podem estar por perto. Então pra mim, você é a melhor. Porque te desapontar continua sendo a pior coisa do mundo. Porque, no fim das contas, o meu crescimento é fruto do teu crescimento. Acho que até isso a gente compartilha, embora (felizmente) na qualidade de mãe, pela natureza de ser, você tenha tido maior participação nesse processo. Porque uma das coisas que me faz pensar em ser mãe, algum dia, é poder viver essa nossa relação, só que do outro lado. Porque o meu maior medo, sobre os filhos que um dia virei a ter, é não poder ser pra eles o que você é pra mim.
A você, todo o meu amor. Sempre.

Sobre o querer, mais que bem-querer

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Veja mesmo que pessoa opiniosa! Quando não quer, não quer. Mas quando quer...

Angústia

sábado, 1 de maio de 2010

Um quarto de hospital. Uma bebê com nove meses. Quatro rostos ansiosos por um sorriso. E meu coração apertado. Quatro pessoas que, sem sombra de dúvidas, estariam no lugar daquela pequena, se possível fosse. Só para que ela pudesse sorrir. Só pra que ela não precisasse sentir dor. Porque aquele sorriso, dá algum sentido a qualquer vida, por mais medíocre que ela seja. Saio do quarto porque me mata um bocadinho mais ouvir seu choro. Porque, mais uma vez, é insuportável a sensação de impotência. É angustiante a espera. Sei que isso acontece o tempo todo. A emergência lotada era a prova. Só não sei como lidar com isso. Não tenho estrutura. Deus protege, é o que se diz. E, embora continue questionando os métodos, acredito. Acredito, porque mesmo com a minha cabeça latejando e o corpo dolorido, naquele noite, aquele sorriso com dois dentões, que não negam a herança genética, alegrou imensamente a minha vida.