Angústia

sábado, 1 de maio de 2010

Um quarto de hospital. Uma bebê com nove meses. Quatro rostos ansiosos por um sorriso. E meu coração apertado. Quatro pessoas que, sem sombra de dúvidas, estariam no lugar daquela pequena, se possível fosse. Só para que ela pudesse sorrir. Só pra que ela não precisasse sentir dor. Porque aquele sorriso, dá algum sentido a qualquer vida, por mais medíocre que ela seja. Saio do quarto porque me mata um bocadinho mais ouvir seu choro. Porque, mais uma vez, é insuportável a sensação de impotência. É angustiante a espera. Sei que isso acontece o tempo todo. A emergência lotada era a prova. Só não sei como lidar com isso. Não tenho estrutura. Deus protege, é o que se diz. E, embora continue questionando os métodos, acredito. Acredito, porque mesmo com a minha cabeça latejando e o corpo dolorido, naquele noite, aquele sorriso com dois dentões, que não negam a herança genética, alegrou imensamente a minha vida.

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