"It's a beautiful day...

domingo, 19 de dezembro de 2010

...Don't let it get away.
Touch me, take me to that other place
Teach me, I know I'm not a hopeless case"

Porque será ele e porque serei eu

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Eu quero a sorte de um amor inteiro. De domingo a domingo. De janeiro a janeiro. Dos pés a cabeça. De dentro pra fora. De fora pra dentro. Indo e voltando. Amor pra dormir. Amor pra acordar. Do tipo que, se você disser que sim, a gente casa amanhã. Daquele que briga e depois faz as pazes. Daquele que a gente ri, sem saber ao certo o porquê, e chora, sem razão aparente. Porque, no amor, os porquês e as razões não fazem o menor sentido. Simplesmente porque será ele e porque serei eu.

A dor reflexiva

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A dor reflexiva (não reflexa, é reflexiva mesmo), é aquela que começa doendo não sei por que e termina doendo não sei onde. É aquela dor serena, ponderada. É aquela dor sem motivo aparente que, consciente de si mesma, não doendo pra causar agonia, dói somente o suficiente pra incomodar. É a dor que "dói-se" e ponto. Mais ou menos igual a isso que eu sinto agora.

Genial

domingo, 28 de novembro de 2010

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

Fernando Pessoa

Só se for a dois

sábado, 20 de novembro de 2010

"As possibilidades de felicidade
São egoístas, meu amor
Viver a liberdade, amar de verdade,
Só se for a dois."

Cazuza/Rogério Meanda

História de uma gata

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um dia desses, ouvi alguém dizendo que tudo de que um gato de rua precisa é de alguém que lhe dê um pouco de leite e lhe leve pra casa. Talvez eu me enquadre na categoria e seja uma gata de rua. E você... Você eu nem sei. Me faltou tempo e espaço para descobrir. De você, eu só sei que faz o tipo mandão e espaçoso. Com seus peremptórios, suas perguntas capciosas e todos aqueles palavrões bonitos que me fazem rir. Não pelo vocabulário em si, mas pelo fato dele quebrar a tensão a nossa volta. Você até sabe o que significa CNTP. E conhece todas as bandas inglesas com repertórios meio depressivos, que eu adoro. Você otimiza o tempo, e (nas tuas palavras) eu sou tão preguiçosa. Talvez seja a bendita herança genética. Aquela que temos em comum. Talvez seja só porque cansei de tanta pressa, uma vez que ir tão rápido, além de nunca me levar muito longe, ainda me impede de apreciar a paisagem. Você gosta de preto e vermelho, eu, de vermelho e branco. E você tem essa coisa de querer me dobrar, mas se você soubesse, eu sou tão fácil que é até sem graça. Prefiro evitar a fadiga. Só gosto de sair sem ter planos e voltar quando quero. Você passa férias em Vegas. O mais próximo que estive de um jogo de azar foi de um bingo no sítio Carrapicho. Se é que um bingo cujo prêmio era uma galinha pode ser considerado um jogo de azar. Exceto pra ave, é claro. Além do mais eu nem gosto de desperdiçar a sorte à toa. Você entende o que eu falo. Certo, nem sempre. Minhas ironias são insuportavelmente sutis. E de verdade, gosto de te ver todo airoso, tentando explicar o inexplicável. Fica mais engraçado quando você fala rápido igual a narrador de futebol no rádio. E eu falo assim, com esse sotaque mezzo pernambuco, mezzo paraíba. Você tem tanto do que eu gosto. Tanto. Mas a verdade é que, embora até aprecie a literatura, não tenho vocação para as personagens de Nelson Rodrigues de quem você gosta. Pelo menos não o tempo inteiro. E hoje, advinha só? Everybody is changing and I don't fell the same. Então dou a partida. Pra você, deixo aquele abraço, com toda a meiguice que você conseguiu identificar, por trás de cada resposta ácida. Porque eu não suporto tanta imprevisibilidade. Porque perto de você eu encaro a dualidade de, mesmo com tantos predicados, me sentir ora menos, ora mais medíocre. E todo mundo tá cansado de saber que eu nunca soube lidar com a mediocridade, principalmente com a minha. Porque não consigo aceitar essa invasão no meu mundo. Porque incomoda que queiram tirar o meu equilíbrio. Porque essa dúvida entre querer e não querer que o telefone toque ainda me causará uma gastrite. Porque essa sensação de estômago embrulhado vai me matar aos poucos. Porque eu não quero esperar pra te ver ir embora. E principalmente porque prezo imensamente pelo meu sono.

Just thinking about it

As pessoas me acusam de pensar demais. Tudo bem. É verdade. Não que eu chegue a muitas conclusões sobre o que penso. Mas é que algumas conclusões podem ser tão categóricas, que é melhor ficar adiando a dor da realidade jogada na tua cara. Porque é aquele negócio, você é boa filha, boa irmã, boa amiga, boa mulher (de trás pra frente também). Você é politicamente correta, às vezes...Enfim... O fato é que você não atira o pau no gato, pratica a direção defensiva, é adepta da política da boa vizinhança, não joga lixo no chão, não prega chiclete embaixo da carteira, não é homofóbico, nem xenofóbico, no máximo você tem medo de barata, até porque, convenhamos, elas são nojentas. Você tem um Q.I. razoável. Faz faculdade, pós-graduação. Planejando sempre se realizar. Consegue um emprego decente. Não só assiste, como também joga futebol, ou pelo menos tenta. Sabe trocar lâmpada, abrir potinho de comida em conserva. Lava, passa, arruma e cozinha. Tudo bem, cozinhar não cozinha muito bem não. Ninguém é perfeito, né?! E veja só, de brinde, você é até engraçadinha, como diria meu avô. Você se doa, em partes e por inteiro, a sua casa, ao trabalho, aos amigos, a família, a você, ao parceiro, não necessariamente nesta ordem. Evita uma gravidez indesejada, para não ser mãe frustrada de filhos neuróticos ( o contrário também pode acontecer). Afinal, você é responsável. Procura viver intensamente, na medida do possível, sem prejudicar a si mesmo ou a qualquer outra pessoa. E pra quê? Me diga mesmo, pra quê? Se quando você tá ali, vivendo a tua vida de pacata cidadã da civilização, está tão sujeita a furacões, terremotos, tornados e tsunamis, no sentido literal ou figurado da palavra, como todas as meras mortais. E nem adianta a pose de mulher forte e decidida. Porque no fim das contas, pouquíssimas coisas nessa vida dependem única e exclusivamente da tua vontade. E nessas horas, ter consciência das próprias limitações pode ser arrasador. Às vezes, permanecer na ignorância parece, a princípio, a melhor opção.

O melhor amigo da mulher

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Eu vou ter um cachorro. Já decidi. Meu marido vai ter que querer um cachorro também. Mas peraí! Eu vou ter um marido?? Não sei. Mas um cachorro eu vou ter. Já está decidido. Considerando a conjuntura atual, pelo menos o cachorro vai ser fiel. É. Se alguém vai ser fiel lá em casa, este alguém é o cachorro."

Domingo no parque

domingo, 3 de outubro de 2010

De repente me veio um desejo enorme de passar um domingo ensolarado no parque. Rodeada de muito verde e ar puro. Daqueles dias bem "família de comercial de margarina". O dia inteiro com meus filhos risonhos, de bochechas rosadas. E aquele cara. Aquele cara seguro, que vai comprar sorvete pra todos nós e me olha de longe, com um olhar cúmplice, um sorriso maroto e lindo, e aquela expressão no rosto "Nossa, que mulher eu tenho!", a qual retribuo no mesmo tom, porque a recíproca será totalmente verdadeira. Nesse domingo, até um cachorro dócil e felpudo nós teremos. Ele ficará ali, meio preguiçoso, fazendo graça e brincando com as crianças. Nesse dia, andaremos de bicicleta, de pedalinho, compraremos mimos na feirinha perto da igreja, ouviremos as músicas que tocam os artistas de rua. Enquanto as crianças brincam no balanço, nós namoraremos no banquinho. Depois, famintos, almoçaremos com o vovô e a vovó. Porque domingo é dia de almoço na casa da avó. A alegria e o cansaço estampados nos rostos, por saber aproveitar os pequenos, porém intensos, momentos em que a felicidade se apresenta. E a certeza de que a vida tem, finalmente, um propósito, que vai muito além de nascer, crescer, procriar e morrer. É essa coisa de compartilhar. É mais ou menos aquela história de ver uma pôr-do-sol lindo e ter alguém ao teu lado pra sentir a beleza daquele momento. De repente, naquele domingo, eu vi o tempo passando. E pela primeira vez, eu não senti medo de crescer.

Um pouco de sutileza.

domingo, 19 de setembro de 2010

É porque ela preza pelo sutil. É que pra ela, falta ao mundo um pouco disso. Certa vez, leu que o excesso de sutileza cansa. Mas foi convencida de que a completa falta dela pode ser catastrófica. É preciso um pouco de sutileza para perceber as metáforas. Porque o mundo precisa ser decifrado e degustado aos poucos. A realidade nem sempre tem as cores que pintam. É preciso um pouco de penetração de espírito para esperar o momento certo, de falar, de ouvir e, principalmente, de calar. Cada palavra proferida pode nos levar por caminhos irreversíveis. Como diz o avô: "Na falta do que dizer, não diga nada". Então, é preciso sutileza para perceber o momento de parar. Da pausa para respirar. E depois seguir adiante. Sutileza para enxergar aquela tênue linha entre o agradável e o inconveniente. Sutileza para sentir o significado e a importância de cada gesto. Sutileza para entender que existem mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Para entender que cada coisa tem seu tempo. Talvez, a ela mesma, falte ainda um pouco de sutileza para perceber, entre outras coisas, o que a vida lhe reserva.

Da próxima vez...

sábado, 11 de setembro de 2010

Da próxima vez não me mande flores, ou cactos, ou qualquer coisa que viva (ou tenha vivido). Não que eu não goste. Aprecio o gesto. É bonito. Encantador. Diria até, comovente. Mas já está mais do que provado que não sei cuidar de outro ser vivo que não seja eu mesma. Aliás, aquela história de coração gelado, tá me soando bem verdadeira ultimamente. Tá vencendo pelo cansaço. Exceto pelo fato de que quando eu passo, a luz do poste acende, o que me dá uma ponta de esperança. Da próxima vez, faz o trivial. Sairemos pra jantar, ouviremos uma música agradável, beberemos algo, você contará histórias, dirá algumas coisas engraçadas, algumas palavras bonitas, nada muito meloso. Doce, bastará a sobremesa. A receita é infalível. Não inventa muito não. Nada de jurar amor eterno, nada de falar de paixão, de qualquer outra coisa que o valha. Muito complexo, pra um começo. E o resultado se compara a discutir política, futebol e religião. Ou seja, algumas (ou muitas) divergências, poucas conclusões e nenhum consenso. Da próxima vez, deixe para lá. Falaremos sobre amenidades. Sobre o tempo "maluco" que tá fazendo. Você dirá que achou bonita a cor das minhas unhas, mesmo que não faça idéia de que cor seja aquela, considerando a tua escala reduzida as sete cores do arco-íris, ou até menos, para o caso de você ser daltônico. Dirá que aquele jeans fica ótimo em mim. E que gosta do meu perfume. Só não vai dizer que é o mais cheiroso que sentiu. Porque aí eu já vou pensar que você tá mentindo. Faz isso. Não é pedir muito. Nem é tão difícil. No final da noite as coisas acontecem, na cadência de um beijo. "A gente não ama, mas finge que ama pra ver como seria se amasse". Sem pudores, sem grilos, sem urgência. No outro dia você me liga, perguntando se está tudo bem. Me deseja um bom dia e até a próxima vez. Amanhã é outro dia.

Mais uma vez...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

... As borboletas. E rosas pra acompanhar.

Perfeito

domingo, 22 de agosto de 2010

Se

por Maria Rita Angeiras

Se vier, vem aos poucos, para eu poder me acostumar a ter você por perto. Mas não deixa eu me acostumar muito, para eu não abandonar meus sábados felizes com a cantora de jazz e meus domingos perplexos com o cineasta.
E se vier, não tenta me desvendar. Deixa eu ter alguns segredos só meus, porque quando alguém tenta me descobrir, em algum lugar soa um alarme avisando para eu me proteger.
Vem, mas vem devagarzinho, sem fazer muito barulho. Eu tenho um lado de bicho assustado que corre quando se sente inseguro, em contraste com o meu lado de bicho carente que se enrosca quando quer carinho.
E se vier, não pede demais. Eu aprendi a dizer não e ainda não decidi muito bem para quem dizer sim.
Vem, mas vem inteiro, sem deixar nada seu pelo caminho, porque eu já cansei de amar aos pedaços.
E se vier, deixa eu balançar a perna, mesmo que isso te enlouqueça. Não faço por ansiedade, mas para ter certeza de que estou viva, pulsando, existindo.
Vem, mas não pergunta muito. Minhas respostas parecem complexas demais, mas eu sou tão fácil de agradar que é até sem graça.
E se vier, não confia muito nas minhas palavras burras e indignadas. É meu sorriso que mostra quem eu sou, não esse vocabulariozinho pedante de escritora.
Vem, mas vem sem rotina. Aquário com ascendente em peixes morre lentamente com o dia a dia.
E se vier, vem com um sorrisinho de canto de boca. Eu juro que vou te amar todos os dias só para te ver sorrir de volta para mim.
Vem, mas não vem muito subliminar. Meu lado que questiona é cem vezes mais esperto do que meu lado que entende.
E se vier, vem sem muita pressa. Prefiro aqueles que me roubam aos pouquinhos do que aqueles que me levam inteira, de uma vez.
Então vem, vem logo, deixa ser.

Do resto a gente cuida.

É isso.

Just listening

sábado, 14 de agosto de 2010

"If you, if you could return, don't let it burn, don't let it fade.
I'm sure I'm not being rude, but it's just your attitude,It's tearing me apart, It's ruining everything.
I swore, I swore I would be true, and honey, so did you.
But I'm in so deep. You know I'm such a fool for you.
You got me wrapped around your finger..."

Cansada

Cansada. Cansada de esperar você chegar. Cansada de ver você partir, assim, como quem vai na esquina comprar jornal. Cansada de esperar você crescer. Cansada de todas as crises: financeiras, econômicas, mundiais, existenciais. Cansada de tanta indecisão. Dessa condição tão humana, carente e insegura. Cansada de todas as juras quebradas, do amor prometido e não cumprido. Cansada.

A voz da sabedoria

" - Mãe, eu só queria encontrar um namorado que fosse inteligente, bem-humorado, boa pinta, seguro, resolvido, educado, cavalheiro, romântico, com atitude, com "pegada"... É pedir demais???
- Minha filha, quantos namorados você quer ter? "

Certezas

"É que nessa vida você só tem duas certezas: uma é da morte, a outra é de que você nunca terá tudo o que deseja."

Correndo grandes riscos

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O grande risco

— São três tatuagens: duas na perna e uma nas costas que ainda preciso terminar; e você sabe. Ai, homens… nunca entendo. Te deixo perguntar qualquer coisa e você faz as perguntas que já sabe a resposta? Anda! me pergunta outra coisa, qualquer coisa.
— Eu me sentiria um mané te perguntando as coias que eu realmente gostaria.
— Mané você parece agora, com esses olhos de criança. Anda, pergunta logo. Tá me deixando curiosa, se bem que eu acho que sei o que é. Você não sabe disfarçar, e mesmo que soubesse, às vezes não tem jeito, sentimentos transcendentes.
— Trans o quê?
— Ó, vem cá, relaxa. Vem! Me dê a mão. Chegue mais perto, um pouco mais. Sem pressa, sem medo. Deixe o momento te levar, entregue-se. E quando você se entregar de vez, só vai correr um risco: o grande risco de dar certo.

Literatura de Araque - http://luclucluc.tumblr.com
Recomendo.

Opinião masculina - finalmente, alguém que entende.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Solidão Contente

O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas

por Ivan Martins (editor-executivo da ÉPOCA)


Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão. Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas. Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha. Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas. “Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”. Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor. Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou. Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre. A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem. A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói. Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome? A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade. Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda. Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos. Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer. Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.

A hora no portão

domingo, 8 de agosto de 2010

Aquela hora no portão fica cada vez mais difícil. Aquele nó na garganta que insiste em se fazer notar. É que o tempo passa tão rápido quando estamos juntos. É tão pouco tempo pra absorver o outro. Os olhos marejados, a voz embargada. Nada de muitas despedidas. Nós não somos bons nisso. Nos rostos de quem fica, as marcas do tempo são suavizadas pela certeza do dever cumprido. A mesma certeza que ameniza a dor por tantas despedidas, e tantas outras que ainda estão por vir. A certeza de que eles vieram ao mundo pra "voar", mas sempre voltarão pro lugar seguro. E aqueles que ficam, estarão sempre ali, de braços abertos. Porque por trás daquele portão, que mudou de forma e de cor com o passar do tempo, que já viu tantos abraços emocionados, tantas chegadas e tantas partidas, existe o amor na sua forma mais sublime. O amor construído a cada dia, ao longo de muitos anos. Nos rostos de quem vai, o silêncio de quem tem que ir, mesmo a contra gosto. Mesmo com aquela vontade enorme de ficar. A saudade, instalada permanentemente, se rebela. Apodera-se de todo o corpo antes do carro virar a primeira esquina. Aqueles que partem, cada um vai pra um lado. É que a vida tem dessas crueldades. Ela nos obriga a crescer e escolher. E mais uma vez é a certeza que ameniza a dor. A certeza de sempre poder voltar. Porque ali está toda a nossa vida. Porque ali estão guardados os sucos de groselha e de tamarindo, tão intragáveis, que hoje nos rendem boas risadas. Ali estão guardados os cachorros que corriam atrás de mim, quando eu ía comprar leite na rua de trás. A vez em que Gigio esfolou o queixo. As duas vezes, aliás. A vez em que Thiago atolou na lama, com a bicicleta, em meio ao trânsito de uma avenida em construção. Ali estão guardados nossos primeiros passos, nossos primeiros versos, nossos primeiros amores, nossas brigas de moleques, nossos bichos de estimação, que nunca duravam muito - os passarinhos mainha deixava fugir, nossas brincadeiras no quintal, na rua, o futebol na garagem, a macarronada da minha mãe, o assobio característico do meu pai, a buzina pra abrir o portão. É isso que ameniza a saudade. É lembrar de tudo de um forma tão gostosa. É saber que sempre teremos as reuniões na cozinha, em volta da mesa. É saber que qualquer que seja o caminho, cada um de nós carrega um pouquinho que seja do outro.
Hoje, ver Lívia balançando a maõzinha, enquanto o carro partia, deixou meu coração tão apertado. E ao mesmo tempo feliz, por saber que ainda teremos muitas despedidas, porém ainda mais outros tantos reencontros.

"Não desesperas com o banzo
e nem fique entristecido
se a estrada é nossa sina
se a distância é o destino
lembra-te que é na saudade
que o poeta encontra abrigo".

Thiago Simões Feitosa 08-08-2010

Ele enviou essa poesia na hora em que eu estava escrevendo o texto acima.

Princesinha

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Se a TV estiver fora do ar, quando passarem os melhores momentos da sua vida.
Pela janela eu estarei de olho em você.
Completamente paranóico."

Antes que o sono chegue

"Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme."

E o corpo inteiro como um furacão...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Boca, nuca, mão e a tua mente não.

Guardei sem ter porquê...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simplesmente genial.

Aos meus amigos

terça-feira, 20 de julho de 2010

Como disse o célebre Mário Quintana “A amizade é um amor que nunca morre”. É que a amizade, entre os tipos de amor, é o amor em forma de leveza. Sem a loucura da paixão. Sem o desespero do desejo. Sem as dores dos amores não correspondidos. Sem a ansiedade dos amores platônicos. Sem a desilusão pelos amores desfeitos. Sem a mágoa pelo coração partido. É o amor que se doa, sem cobranças. Aquele no qual a gente gosta “de graça”. É o amor em tempo presente. Não importa o que aconteça, ele está lá. É o amor que sente saudades, de um jeito tranqüilo. E explode no abraço mais apertado de todos os abraços, porque você até beija um desconhecido, mas um abraço, a gente guarda só pra quem a gente quer bem. Porque o abraço, considerando que o corpo fala, é o momento em que ele diz: Vem cá. Estou aqui, inteirinho pra você. Ao abrir os braços pra envolver alguém, você traz essa pessoa pra mais perto do teu coração. É aquela “querênciagostosa. Os amigos não brigam por coisas pequenas. E até brigam, mas logo passa. Eles não reclamam nem mesmo quando você se esquece de ligar no dia do aniversário. Eles até podem reclamar, mas certamente não vão jogar isso na tua cara pro resto da vida, como prova de desamor. Os amigos não perdem nenhum minuto do tempo em que estão juntos, que lhes é tão precioso. É com os amigos que você dá as melhores risadas. E a gente ri de tudo, até das nossas próprias desgraças. É com os amigos que você fala bobagens. Eles não te censuram. Embora nem sempre concordem com o que você fala ou faz. Com os amigos você não precisa fazer tipo. “O amigo é aquele com quem falamos de tudo como se estivéssemos falando conosco mesmos.” Eles reconhecem de longe aquele dia em que você não está muito bem, e respeitam isso. Limitam-se a perguntar: “Quer conversar sobre o assunto?”. E a negativa não é vista como rejeição. Porque eles sabem que quando for necessário, você não hesitará em procurá-los. O silêncio entre os amigos nunca é constrangedor. É mais uma pausa pra respirar, ou pra refletir. É verdade, os amigos são aqueles a quem escolhemos pra tornar a vida mais alegre. Em meio a uma selva, com várias tribos, os amigos, aquela família que a gente escolheu ter, defendem e atacam em bando, porque até na hora de criticar uns aos outros, já que isso também faz parte, eles fazem com a sutileza (tá bom, às vezes, nem tanto) e a preocupação própria de quem só quer o bem. Afinal, é como dizem: eles sabem tudo ao teu respeito e mesmo assim gostam de você. Porque os amigos são aquelas pessoas que surgem no caminho pra tornar essa longa jornada mais divertida. Eles são teu apoio nas horas difíceis, de angústia e desespero, é verdade, mas principalmente, são aqueles que estão ao teu lado, pra ver aquela paisagem inesquecível, com o sol das quatro da tarde, o mar, o céu azul, o vento soprando, ou um disco voador, no céu, a noite, depois de uma garrafa de vodka. Enfim... Os amigos são aqueles que estarão do outro lado da linha, quando acontecer uma daquelas coisas que só acontecem na tua vida, que você precisa urgentemente contar pra alguém. Aos meus amigos, que bom que temos os 365 dias do ano, 366 quando é ano bissexto, pra comemorar o nosso dia. Amo vocês.

DESAMOR

sábado, 17 de julho de 2010

por andré muhle

"Não vejo mais graça naquela sua calcinha que de tão velha era cheia de bolinhas de algodão. Eu dizia que achava sexy, verdade.
Mas só agora vejo que isso não faz sentindo nenhum.
Também não acho que Vinícius escreveu aquele poema pensando na gente. Como?
Se ele morreu antes mesmo da gente se conhecer?
Era ridículo pensar assim.
Não acredito mais que nosso amor venha de vidas passadas.
Até porque nem em vidas passadas eu acredito mais.
Amelie Poulin não é um dos meus filmes preferidos porque foi o primeiro que a gente assistiu junto no cinema.
Ele seria bom mesmo se eu tivesse ido sozinho.
Não acredito que meu cabelo tenha ficado assim de tanto você passar a noite enrolando com o dedo. Nem acho que seus cachinhos, depois que você lava com aquele shampoo de camomila, fiquem mesmo parecendo fios de ovos.
Isso é bobo, infantil e até mesmo nojento.
Onde já se viu misturar cabelo com comida?
Não acho que Paris só vá ter graça com você.
Pelo amor de Deus, é Paris né?
Eu não penso mais em você quando escuto “Somewhere in her smile she knows That I don't need no other lover”.
Não acho que a lua estava mais cheia naquela noite lá na praia.
A lua é uma só e, sendo assim, tem o mesmo tamanho pra todos.
Nem muito menos acho que você seja a mulher da minha vida.
Uma pessoa só pode ter certeza disso 5 minutos antes de morrer.
E por fim, mas não menos importante,
Eu não acredito mais em você. "


Achei esse texto impresso em meio a um monte de papéis e fiquei me perguntando porque o guardei... Eles sabem demais, sem dúvida.

Infortúnio

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Hoje quis te ver
mas não pude
é que o açude
do meu desejo
não foi bastante
para fazer do distante
apenas perto
para ver que o certo
era só mais uma
alguma possibilidade
amanhã quiçá saudade
hoje você eu quero


(Retirado do blog do Pirauá. http://www.piraua.blogspot.com/
O menino escreve umas coisas bonitas.
Às vezes, uma viagem... bem típica dele mesmo. :)
Adorei o Infortúnio. Recomendo.)

Diálogo

sexta-feira, 9 de julho de 2010

- Você é mulher demais, pra qualquer homem.
- E daí?! De que adianta ser mulher demais, se demais nunca foi o bastante pra ninguém?! Nem pra você.

Muito p*** da vida

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quer saber do que mais, começando a acreditar firmemente que cada vez mais impera aquela história do faça o que eu digo, não o que eu faço. Porque, e agora pensando num daqueles palavrões clássicos, com CAPS LOCK bem ligado, é muito fácil dizer "Se joga", ou então,"Você tem que se permitir", do alto de uma janela segura, de uma vidinha pacata, de toda aquela comodidade (ou seria comodismo?), que se não ajudam, também não atrapalham. É até egoísta. Como se não fosse imoral, na falta de conceito melhor, a idéia de mandar alguém testar a corda, pra ver se ela é segura, antes que você pule. Agora imaginem vocês, se resolvo "me jogar" todas as vezes que alguém sugerir que o faça. Não. Certamente não haveria mais esses textos tão absurdos pra contar a história. Ainda bem que naqueles três segundos do filtro, que graças ao meu bom Deus, ainda uso de vez em quando, consigo considerar que quanto maior o salto, maior a queda. E mais uma vez, não. Meu coração não é um pote até aqui de mágoas. Ele só é escaldado. Mas, pra ser sincera, vive morrendo de amores. Então, como diria o meu amigo Chico, que me é tão útil nessas horas: ouça um bom conselho, que lhe dou de graça, é inútil dormir, que a dor não passa.

Depois de você...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ela fecha os olhos e pensa que nunca foi assim, nem nos seus melhores sonhos. Ela sente o coração cansado de dar voltas. Mas continua andando, porque tem medo de olhar em volta e perceber que nada mudou. Tudo é igual. O coração ainda bate forte. Quando ele olha, com aquele sorriso. Por alguns infindos segundos, ela esquece de respirar. Porque depois de você a razão perde toda a razão de ser. Porque depois de você todo argumento perde força. Qualquer teoria cai por terra. E a paixão, só essa existe. Porque, como na música, depois de você, os outros são os outros, e só.

Aquele sobre o passado.

domingo, 4 de julho de 2010

O presente é tranquilo quando o passado é visto por uma janela segura.

Senhor!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

É o seguinte: Aquele lance de passar na fila da emoção duas vezes, era tudo brincadeira. Pode começar a diminuir a dose, porque o coração, esse velho e enganador, tá meio cansado, não suporta tanta adrenalina. Uma coisa de cada vez, por favor. Vamos dar um freio. Organizar o coreto. Porque desse jeito nem consigo ver a banda passar cantando coisas de amor. Só um pouquinho de claridade, paz e serenidade. É o que te peço, pra hoje. Tudo bem que, as vezes, fica difícil me agradar. Mas faz aí um esforço, pequeneninho que seja. É só uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.

Aquele sobre a copa do mundo.

domingo, 20 de junho de 2010

Pois é. Copa do Mundo, eleições, não necessariamente nessa ordem. E tome o povo a falar merda. Porque nessa época os brasileiros cometem, entre outros, dois grandes pecados: Discutir politicagem e futebol. E prestem atenção: politicagem, porque política de verdade, essa ainda tá longe de ser minimamente entendida por um povo que em sua maioria decide o voto pela cor do partido. Nessa época, até os mais acalorados defensores da democracia, intelectos no maior grau de evolução, encarnação da sapiência, tornam-se intolerantes e descontrolados ao receberem críticas a sua ideologia. Aquela conversinha de Voltaire de "posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo", era tudo mentirinha. Defenderei o direito de dizê-las, desde que diga o que eu quero ouvir. Aí, lá vai você ser obrigado a presenciar discussões acaloradas sobre quem desviou menos dinheiro dos cofres públicos, como se isso fosse atenuante. Coloca-se em dúvida desde a hombridade do cidadão até a vida conjugal, considerando a quarta geração de ascendentes e descendentes. Não que eu saiba muita coisa sobre política. E é exatamente por ter a consciência de não saber muita coisa sobre o assunto que não saio por aí me metendo a falar, deixo isso para os cientistas políticos, ou para quem de fato tenha alguma propriedade para tal. Igualzinho é com o futebol. É engraçado que, em época de copa, todo mundo vira especialista. O cara nasce praticamente com dois pés esquerdos, o máximo de futebol que jogou na vida foi aquele no playstation, e vem se meter a analisar a escalação, o estilo do técnico, a raça dos jogadores. Você é obrigado a ouvir que a culpa da expulsão injusta do jogador, foi do pobre do técnico, que deveria ter percebido que ele tava estressadinho. Meu irmão, evite! Tá com medo, pra que veio??! O cara foi muito controlado até, eu que não tava lá, e sou mulher, diga-se de passagem, tive vontade de entrar com os dois pés num daqueles rapazes distintos (porque agora a gente tem que ter muito cuidado pra não parecer politicamente incorreto xingando alguém). Ainda tem fulaninho que vem dizer que essa copa tá muito diferente das outras. O que é óbvio. Grande descoberta. É claro que tá diferente. Em tempos de globalização, de crise econômica, onde existe uma tendência a homogeneização, a uma equiparação. No esporte não poderia ser diferente. Não que as "grandes seleções" estejam piores, é que ficou tudo muito igual. Eita, agora estou eu aqui, a misturar futebol e política. É melhor parar. Por isso que tenho assistido aos jogos da copa sozinha. Isso me permite não ter que ouvir os gritos histéricos das mulheres, motivados pelas pernas e rostinhos bonitos de um ou outro jogador (confesso que os latinos são os meus preferidos), nem as absurdas bobagens ditas por marmanjos barbados que acham tão fácil fazer um gol, mas nunca disputaram nem campeonato de botão. Xingo o juiz quando quero, grito quando quero, bato palmas. Deixo o futebol pra quem sabe. Do contrário, eu estaria no lugar deles. Aperto no "mute" quando não quero ouvir o Galvão. E fico tranquila. Porque "posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo", mas ninguém falou que sou obrigada a ficar pra ouvir.

If you want it, you got it forever...

sábado, 12 de junho de 2010

I'll be there for you

terça-feira, 11 de maio de 2010



Entre tantas outras coisas, um dia você aprende que alguns dias parecerão muito difíceis. E dias difíceis, por sua vez, parecerão os dias mais longos de sua vida. As coisas não farão sentido. E isso será revoltante. O mundo parecerá injusto e cruel. A humanidade parecerá tomada de uma acesso de insanidade geral, dominada por sentimentos pequenos, que te levarão a cometer, inevitavelmente, entre outras opções, o pecado da ira. Nesses dias, quando a dor e o cansaço forem insuportáveis, não se preocupe, eu estarei lá por você. Só pra te dar um abraço, porque abraçar faz bem. Pra te servir de apoio, porque apoiar faz bem (e todo apoio é bem vindo). Pra ouvir tuas lamentações, porque ouvir faz bem. Pra tentar te alegrar um pouquinho que seja, porque sorrir faz bem, e fazer sorrir quem a gente quer bem é uma da melhores sensações do mundo. E eu te levarei pra tomar um sorvete, uma caipirinha, um copo d'água até. Qualquer coisa que melhore o teu humor. E se nesse dia, nada der certo, e você chorar, porque chorar faz bem, alivia a alma, eu chorarei com você. Concordando ou não com teus motivos. Porque nada como os amigos para ampararem nossas lágrimas, quando nossos olhos insistem em não parar de vertê-las.

As orações das mães são mais fortes

domingo, 9 de maio de 2010

Você pode até não ser a melhor do mundo, para os outros, pra mim é. E aí não dizendo que você é perfeita. Porque o conceito de "melhor" não está necessariamente ligado ao conceito de "perfeito". Talvez, uma das coisas que faz de você a melhor, é o fato de saber lidar bem com suas qualidades e defeitos. O fato é que você veio estrela desde o batizado, sacramentada e registrada em cartório. E não consigo imaginar outra relação entre mãe e filha que não seja a nossa. Aprendemos juntas, ao longo dos anos, a compartilhar. Sonhos, desejos, temores, bobagens, sorrisos, lágrimas, tristezas, alegrias, experiências, sensações, pensamentos, além de roupas, maquiagens e dicas de beleza em geral, agora que eu tenho idade suficiente pra isso. Porque você me ensina sobre amor, doação, renúncia e todos aqueles sentimentos que às vezes me parecem tão confusos e inapropriados. E você entende a minha falta de vocação para a culinária. E que eu não sei agir sob pressão. Você consegue dizer a verdade sem ferir. E chega a ser engraçado quando perde a paciência, porque nesses momentos te vejo na condição humana, com todas as tuas falhas, e te amo mais por isso, porque fica mais próxima do que sou. Porque, muitas vezes, enquanto elaboramos nossas teorias sobre relacionamentos, esperanças e frustrações, sai a mãe e entra a mulher. Igual a mim. E te amo ainda mais por isso. Porque toda noite você pede por mim. Pra que eu tenha saúde, pra que tenha um bom dia, pra que eu chegue bem em casa, ou até pra que eu encontre o genro dos teus sonhos e possa te dar mais netos. E aí entra o teu lado divino. Por sinal, acredito que as orações das mães são mais fortes. Elas têm um crédito maior com Deus. Isso deve ter a ver com o fato delas, assumindo todas as suas condições, levarem a diante um plano maior, seja ele qual for. Ou simplesmente porque elas precisam pedir tanto por nós, durante uma vida inteira, que sua fé adquire grandes proporções. Porque num mundo tão louco, é preciso acreditar que tem mais alguém olhando pelos seus filhos, quando elas não podem estar por perto. Então pra mim, você é a melhor. Porque te desapontar continua sendo a pior coisa do mundo. Porque, no fim das contas, o meu crescimento é fruto do teu crescimento. Acho que até isso a gente compartilha, embora (felizmente) na qualidade de mãe, pela natureza de ser, você tenha tido maior participação nesse processo. Porque uma das coisas que me faz pensar em ser mãe, algum dia, é poder viver essa nossa relação, só que do outro lado. Porque o meu maior medo, sobre os filhos que um dia virei a ter, é não poder ser pra eles o que você é pra mim.
A você, todo o meu amor. Sempre.

Sobre o querer, mais que bem-querer

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Veja mesmo que pessoa opiniosa! Quando não quer, não quer. Mas quando quer...

Angústia

sábado, 1 de maio de 2010

Um quarto de hospital. Uma bebê com nove meses. Quatro rostos ansiosos por um sorriso. E meu coração apertado. Quatro pessoas que, sem sombra de dúvidas, estariam no lugar daquela pequena, se possível fosse. Só para que ela pudesse sorrir. Só pra que ela não precisasse sentir dor. Porque aquele sorriso, dá algum sentido a qualquer vida, por mais medíocre que ela seja. Saio do quarto porque me mata um bocadinho mais ouvir seu choro. Porque, mais uma vez, é insuportável a sensação de impotência. É angustiante a espera. Sei que isso acontece o tempo todo. A emergência lotada era a prova. Só não sei como lidar com isso. Não tenho estrutura. Deus protege, é o que se diz. E, embora continue questionando os métodos, acredito. Acredito, porque mesmo com a minha cabeça latejando e o corpo dolorido, naquele noite, aquele sorriso com dois dentões, que não negam a herança genética, alegrou imensamente a minha vida.

Domingo, dia de rasgar papéis

domingo, 25 de abril de 2010

O dia passou lento. Mesmo com o despertar ao meio dia. Uma sensação de estranheza. Fazia tempo que não dormia até tão tarde num domingo. Aliás, fazia tempo que não dormia até tão tarde em dia algum da semana. Depois de um prato de macarrão com frutos do mar, especialidade da casa, uma tarde repleta de filmes e seriados, a base de chocolate. O dia perfeito, porque ela quis que fosse assim. Um dia inteiro para curtir a preguiça e bolar pela cama até enjoar. Só ela, all by herself. Pensando bem, sempre achou o domingo um dia estranho, é um dia que não se vive plenamente. Tudo o que se faz é pensando no dia seguinte. Porque tudo bem sair em plena quarta-feira, dormir as 3:00 da madrugada, pra estar no trabalho as 8:00 da manhã. Mas no domingo, nem pensar. Domingo é quando você dorme até mais tarde porque saiu no sábado a noite. Domingo é o dia de almoçar na casa da avó. Domingo é o dia em que você até pega uma praia, se tiver praia. O que não é o caso. Domingo é o dia de levar o filho pra brincar no parquinho. O que também não é o caso. Ou o dia em que você vai tomar um café com as amigas, no final da tarde. O fato é que para o domingo, a programação é sempre light e a sessão é matinê. E ela até gosta. Como não houvesse nada mais interessante pra fazer, além de todo aquele trabalho com prazo pra entregar, ao qual ela simplesmente ignorou, decidiu aproveitar o clima ameno do domingo para rasgar papéis. Desfez-se de um monte de coisas. Cartas velhas, fotos antigas, comprovantes de compras no cartão, roupas que há tempos não usava. Talvez, percebendo pela lei da física, como pessoa inteligente que é, que duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, ao mesmo tempo, ela resolveu se livrar de toda aquela tralha inútil. É que ela tem essa mania de acumular coisas durante o tempo, e depois sempre se perguntar pra quê? Então ela resolveu abrir espaço. Como se rasgar papéis fosse o suficiente para acabar com essa espera, às vezes, irritantemente angustiante, pelo novo. No fim das contas, se nada acontecer, terá o guarda roupas em ordem por alguns dias.

Pensamentos soltos ¹

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ontem eu não dormi bem. Deitei com todos aqueles motivos mesquinhos e fúteis, dessa minha existência de pacata cidadã da civilização, ocupando os pensamentos. Não dormi bem. E nem tinha perdido uma vida dentro de mim. Nem descoberto uma doença sem cura. Nem visto a minha cidade, ou minha casa, ou minha vida, devastadas pelas forças da natureza, ou pela irracionalidade humana. Mas ontem a noite ela estava lá. Em algum lugar. Ela tinha motivos reais. E eu me senti pequena. E como sempre, questionei Deus. Porque essa sensação de impotência é terrivelmente frustrante.

Pensamentos soltos

Convenhamos que há muita graça em ser humano. Assim imperfeitos. Incompletos pela própria natureza. Nada é o bastante. Reclama-se pelo muito. Reclama-se pelo pouco. Reclama-se pela falta e pelo excesso também. Considerando que o conceito de equilíbrio é algo muito subjetivo, a que buscar então?

Try to understand that I'm...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Trying to make a move just to stay in the game...

É demais, um negócio desses...

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Nosso amor não deu certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto fomos quase nada
Tipo de amor que não pode dar certo
Na luz da manhã
E desperdiçamos os blues do Djavan...
Demasiadas palavras

Fraco impulso de vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia
Como se o coração
Tivesse antes que optar entre o inseto e o inseticida...
Não me queixo

Eu não soube te amar
Mas não deixo de querer conquistar
Uma coisa qualquer em você
O que será?
Como nunca se mostra

O outro lado da lua
Eu desejo viajar do outro lado da sua
Meu coração, galinha de leão
Não quer mais amarrar frustação
O eclipse oculto na luz do verão...
Mas bem que nós fomos muito felizes

Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pro estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito
É minha cara falar
Não sou proveito sou pura fama....
Não me queixo

Eu não soube te amar
Mas não deixo de querer conquistar
Uma coisa qualquer em você
O que será?
Nada tem que dar certo

Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos aonde é que iam dar
E aquele projeto ainda estará no ar...
Não quero que você fique fera comigo

Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio, sem fim..."

Eclipse oculto.

A música que tocou no carro hoje

segunda-feira, 12 de abril de 2010




É muita coincidência pra uma vida só.

Sobre o extraordinário

domingo, 11 de abril de 2010

Um daqueles dias em que você pensa que melhor seria ter ficado em casa dormindo. Quando tudo parece dar errado, começando do exato minuto em que você coloca o pé esquerdo pra fora da porta. Aqueles dias em que a "burrice" e a mediocridade humana parecem gritar no teu ouvido, e mesmo o menor dos sussurros incomoda pra caramba. Dias em que você pára pra pensar, por dois minutos, e é o suficiente para perceber que nada te comove, tampouco te convence. Aí, me aparece você. Vindo de não sei onde. Indo pra lugar nenhum. Vestido em palavras bonitas. Falando de amor, contando-me dos seus segredos, dos seus truques e artimanhas. Do desejo. Do calor de um beijo beijado. Do olhar que, tímido, foge. Da pele que arrepia, ao toque. Você. Com todos os detalhes que você não deixa escapar. Sendo exatamente o oposto de tudo o que é medíocre. E não há no mundo alguém que explique, ou que entenda. E não há como não querer. E eu lembro de você, e fico olhando as flores. Elas acalmam meu coração.

Aquele sobre a felicidade.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

- Ai, ai, como eu queria ser feliz!
- Feliz eu já sou. Só me falta mudar alguns detalhes.

Nada como uma noite de neblina, regada a cerveja, pra quem bebe cerveja, caipiroska, pra quem bebe caipiroska, H2O e suco de acerola, pra quem tá de resguardo.
E muitas risadas. Boas risadas.
Afinal, como diz a história, sobre a felicidade, só nos resta rezar pra saber reconhecer os pequenos momentos em que ela se apresenta.
E aproveitar.

Engraçadinha

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Cê é o colírio do meu ôiu."
"Cê é o cisco no meu ôiu (o ôtro ôiu - eu tenho dois)."

Sobre a alma

segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Nada sabemos da alma,
Senão da nossa.
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras.
Com a suposição
de qualquer semelhança no fundo."

Duelo

domingo, 4 de abril de 2010

Vai emoção, continua enredando em teus sinceros e docemente perigosos devaneios.
Vai razão, lembra ao corpo de que ele necessita respirar.
Lembra ao coração que é impossível viver em tamanho descompasso. Essa constante arritmia é desumana.
Vai pensamento, voando a mil, conjecturando infinitas possibilidades.
Vai coração, lembra que o que se leva da vida é a vida que se leva.
O mais... é nada.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Houston, we've got a problem here!

Problemático

Todo mundo tem um(a) baixinho(a) de óculos.
Todo(a) baixinho(a) de óculos que se preze é problemático(a).

A little prayer

domingo, 28 de março de 2010

Que meu mundo não se feche, porque eu sou claustrofóbica.

Esse negócio de sentir saudades...

Então, como se explica esse negócio de sentir saudades? Uma vez, ouvi alguém dizer que a saudade é a nossa alma dizendo pra onde ela quer voltar. Fico pensando pra quantos lugares, pessoas e momentos a minha alma já quis voltar. Fico pensando pra onde ela quer voltar agora. E fico pensando o quanto é difícil esse negócio de sentir saudades. Pois se num minuto tudo estava ali. Como explicar que agora reste somente o vazio? Ou melhor, o cheio. Porque, num completo e complexo paradoxo, nessas horas, a ausência não comporta o vazio. Nessas horas, a ausência traz consigo uma imensidão. Fica tudo cheio de saudade. E o coração fica pequenininho, e bate apertado. E a gente fica sem saber o que fazer com tanto sentimento. Saudade é assim. É sentir. É ouvir. É lembrar. É querer, ou não querer. Como não querer dormir, desejando que o dia não acabe. Ou, como na música, querer que o tempo passe, pra que eu possa te ver de novo. É doer. Por não saber-nos amanhã. E dói. E a gente sente, em silêncio, essa urgência ensurdecedora, quase desesperada, de ver o outro, de estar com o outro, de ser o outro. "Saudade é como fome. Só passa quando se come a presença."
Agora, como entender a saudade? Se, nem bem se foi, e eu já sinto esse negócio aqui dentro.

Fix you

sábado, 27 de março de 2010



Só meio assim...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ocorreu um erro no sistema.

A bunda, que engraçada...


A bunda, que engraçada.

Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai

pela frente do corpo. A bunda basta-se.

Existe algo mais? Talvez os seios.

Ora - murmura a bunda - esses garotos

ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas

em rotundo meneio. Anda por sina

cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte por conta própria. E ama.

Na cama agita-se. Montanhas

avolumam-se, descem. Ondas batendo

numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz

na carícia de ser e balançar

Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda

redunda.

Carlos Drummond de Andrade
(Não sei porquê, mas gostei do texto) =P

Opinião masculina ³

terça-feira, 23 de março de 2010

"Não existe homem tabacudo. Existe homem mal treinado." (Caçote Rafael)
"Não adianta ser bem treinado, se ele não for bem resolvido." (Ricardão)
Discussão entre dois homens sobre a capacidade que eles próprios têm de serem acometidos por momentos de abestalhamento. Aqueles momentos típicos, que eles provavelmente só vão perceber depois de algum tempo, mas que os amigos não vão deixar passar em branco. Aqueles mesmos momentos em que nós mulheres pensamos (entre outras coisas) : Ele é estranho, né?! Expressão eufêmica para: Que merda foi aquela?!
Viva o ócio criativo. :P

Just breathing

segunda-feira, 22 de março de 2010

Everybody hurts... Sometimes.
No one can find the rewind button.
So cradle your head in your hands and breathe, just breathe.
It's gonna be a long night.

Mantendo a lucidez.

domingo, 21 de março de 2010

Não. Mentiras sinceras não me interessam. Ao mar, todas as pequenas poções de ilusão. Porque quando o efeito passa. As sensações, misto de indignação e impotência, são devastadoras.

Guys are so hard to trust.
I'm better alone , anyway.

Hoje eu quero sair só.

O corpo fala?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Se o corpo fala, o meu tagarela pra caramba. Fala pelos cotovelos, e por todo o resto. Ultimamente, acho até que ele aprendeu a mentir. Tá rebelde que só vendo. E pro caso do corpo falar, as meias palavras bastam ao bom entendedor? O corpo fala. Isso não significa que ele tenha conhecimento sobre aquilo que tá falando. Tudo é ação ou reação. É desejo, é necessidade, é vontade.

Super Girl

domingo, 14 de março de 2010

Aí você descobre que não pode ser tão forte o tempo inteiro, mesmo que você queira, não conseguirá. Em algum lugar, alguém, ou alguma coisa, será tua criptonita. E você sucumbirá. Mas aí, você descobre que não só não pode, como também, e principalmente, não precisa ser tão forte o tempo todo. Porque, em algum momento, é necessário, até mesmo vital, baixar a guarda. Você só precisa reconhecer o momento certo. Porque nesse momento, inevitavelmente, alguém vai estar lá pra você.

Sobre o tempo

Às vezes, tudo o que a gente precisa é de tempo. Tempo pra respirar. Tempo pra sentir, ou pra deixar de sentir. Tempo pra acertar. Tempo pra crescer. Tempo para curar as feridas. Tempo pra se recompor e seguir adiante. Tempo pra viver. Tempo pra fazer acontecer. Tempo pra fazer tudo. Ou pra fazer nada. Simplesmente matar o tempo. Tempo. Tempo. Tempo.
I wish that I could work it out

Mulher, mulher...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Rosas vermelhas

Simplesmente não resisti.
Sr. Anônimo, agradeço imensamente as lindas rosas vermelhas que, passado o susto e a confusão, vieram alegrar o meu dia, encantar a minha alma, afagar o meu ego, e que agora embelezam e perfumam a minha casa. O entregador já tá virando meu amigo e, embora sempre reclame que é difícil me encontrar, sempre ri da minha reação ao recebê-las. Aliás, penso que não devo chamá-lo de Sr. Anônimo, uma vez que se identificou, ou pelo menos tentou, assinando o cartão. Porém, por uma falha imensa da minha parte, que não devo ser tão observadora quanto me julgo, não consigo identificar a bendita assinatura. Embora tenha sérias desconfianças da sua identidade, receio ser enganada pela minha intuição, pelo minha vontade, pelos pequenos detalhes.
Mais uma vez, elas são lindas.
Beijos

Who is that girl?

domingo, 7 de março de 2010

Nascida em 83, um ano no qual nada de extraordinariamente importante aconteceu, pelo menos não que eu me lembre. Virginiana, com ascendente duvidoso, e Vênus em Leão, acredita em astrologia, às vezes, tá bom, na maioria das vezes. Serve como desculpa esfarrapada para o gênio forte, teimoso, detalhista, perfeccionista, observador, e crítico, não necessariamente nesta ordem, que ainda assim atrai os tipos mais diversos. Ser filha do meio nunca foi motivo para rebeldia. Embora, às vezes, também sirva como justificativa para essa independência toda, esse desapego, e a sensação de que não importa muito o que faça, ninguém vai estar olhando. Como todo filho do meio, teve que aprender a se virar. Um pouco egoísta, tá certo, falta de uma irmã pra dividir roupas e bonecas. Gosta de meninos. Nunca se deu muito bem com meninas. Meio hipocondríaca, já sentiu dor de barriga e foi medicada com “garapa”. Tem medo de morrer. Pensa demais. Sofre com ansiedade. Tem o sono leve, acho que por medo de perder algum acontecimento importante no mundo, enquanto dorme. Quando criança gostava de cor-de-rosa e tinha medo de lobo-mau, hoje vive num eterno blue e torce pra encontrar um lobo que não seja bobo. Gostava de ler gibis da Turma da Mônica e de ouvir a coleção de discos de MPB do pai. Com eles aprendeu a amar as palavras: cantadas, escritas, faladas e omitidas. Por que não? Queria ser astronauta ou bailarina, quando crescesse. Poderia ter sido atleta, mas faltou-lhe, se não habilidade, um pouco mais de entusiasmo. Poderia ter feito Direito, como o pai desejava, ou Medicina. Pertencia a turma do fundão, mesmo sendo sempre a primeira da classe. Ao que tudo indica, fez esquerdo. Tem cara de psicóloga e se formou publicitária. Faltou-lhe amor a causa. Hoje é servidora pública. Tem medo da mediocridade. Sempre teve o hábito da fazer péssimas escolhas. E mania de não saber o que quer. Tem preguiça de virar hippie. Por isso, se nada der certo, vai tentar concorrer a algum reality show da vida ou fazer um vídeo e virar famosa no youtube. Sempre foi precoce, na teoria, na prática, nem tanto. Se metia em conversa de adulto, o que deixava a mãe irritadíssima. Graças a Deus, não herdou dela, a falta de ritmo (Alô mamãe!), somente as bochechas, o tipo sanguíneo e quase todo o resto. O que lhe permite dançar e fazer cara de quem sabe. Aliás ama a mãe, o pai, e toda a família. É amiga dos amigos. São coisas sem a qual não saberia viver: a família, os amigos e sua cama, obviamente. Tem mania de ser sincera, o que lhe causa sérios aborrecimentos e lhe expõe em demasia. A verdade doi-la a quem doi-la. Aos inimigos, ignora. Não despende-lhes nem o sentimento de ódio, que é pra não gastar a toa. É do tipo ame-a ou deixe-a. Nunca foi a mais bonita, nem a tipa da menina. Pra ser sincera, nem é bonita, nem é feia. Nem alta, nem baixa. Nem loira, nem morena. Não é Flamengo, nem tem uma nêga chamada Tereza, mas lá em casa, todos os camaradinhas a respeitam. Carrega no sangue “níveis variados de poesia, amor e desilusão”. Não tem vocação para Amélia. Gosta de beijos, cafuné, mimos, sorvete de nata-goiaba, suco de manga gelado e morango com leite condensado. Adora fazer samba e amor até mais tarde, e tem muito sono de manhã. Por isso odeia acordar cedo. No seu quarto, você pode encontrar um monte de coisas bacanas, inclusive ela mesma, de vez em quando. Gostaria de ser mais organizada. Costuma filosofar sobre o nada. Gosta de dar sua opinião. Definitivamente, sabe rir de si mesma, e dos outros também. Adora soltar uma gracinha. É do tipo que perde o amigo, o namorado, o marido, mas não perde a piada, embora nem sempre saiba como contá-la. Costuma observar e analisar. Mas teima em aprender com os próprios erros. Já foi mais sonhadora, já foi mais precavida, já foi mais comedida, agora é mais boêmia. Ama literatura fácil, cinema água-com-açúcar, praia com caldinho, e futebol. Complicada e perfeitinha. Ora mulher, ora menina. Chorou com o último episódio de Friends, aliás chora com quase tudo, ultimamente. Acredita no amor e nas pessoas. Que tolinha! Descobriu que já plantou uma árvore, mas ainda não escreveu um livro, nem teve um filho, nem saltou de pára-quedas, nem fez todas as viagens que queria, nem fez um monte de outras coisas. Mas se promete todo dia, que um dia fará tudo isso e mais um pouco.

Pronomes Pessoais

Eu.
Tu e Elas.
Ele.
Nós.
Vós.
Eles.
E todo o resto.

(Da série minha vida é uma comédia)

Enjoy the silence

terça-feira, 2 de março de 2010

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable...
(Depeche Mode - É, eu sou precoce)
Aproveite o silêncio.

O que acontece quando nada acontece.

Espera. Tic-Tac, Tic-Tac. Há algum tempo ela já não usa relógio. Talvez na intenção inconsciente de não perceber o tempo passar. Uma sensação imensa de vazio. É o que acontece quando nada acontece. Tanta coisa por fazer. Hoje ela ouviu que pior que sentir saudades de alguém, somente não ter de quem sentir saudades. Sobre o que sabia ser verdade. Considerando os devidos descontos, para uma verdade tão absolutamente relativa. O dia foi daqueles. O corpo fatigado, talvez de esperar. Falta-lhe inspiração para um bom poema. Falta-lhe vontade de cantar uma bela canção. Falta-lhe saber o motivo. Falta-lhe sentir o sentido. Falta-lhe entender que esse longo dia terminará. E que o amanhã trará tudo novo de novo.

Papo de sexta-feira a noite.

sábado, 27 de fevereiro de 2010


- Poxa, isso não vale! Essas músicas estão pra arrombar, metendo o dedo na ferida.
- Não tem problema. Eu tô aqui.

Amiga é pra essas coisas.


A música da noite.

Opinião masculina²

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Pergunta: Por que existe tanto homem estilo: bombadão, paredão, bobalhão?
Resposta: Porque existe um outro tanto de mulher que aprecia o estilo."
"Você consegue vender um Celta todo dia. Agora tenta vender um Land Rover!!"
E a colaboração da ala masculina só aumenta... =P

Opinião masculina ¹

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"Pergunta: Porque os homens não querem compromisso?
Resposta: Porque as mulheres não querem compromisso."
"Tudo depende da pessoa que você escolhe para ser sua parceira. Ela é responsável por muito daquilo que você se torna. E não se trata somente de sexo, que, sem falsa hipocrisia, é extremamente importante, mas que é algo que, principalmente agora, todo mundo encontra em todo lugar. É mais que isso. Tem a ver com cumplicidade, com sentimento, com objetivos de vida."
"Vocês têm que lembrar que o príncipe é um sapo, até que alguma princesa se destine a lhe dar um beijo."
O nosso quarto elemento (porque já tô considerando assim), veio incrementar um pouco esse blog tão essencialmente feminino, com opiniões sobre os assuntos do nosso universo, sob a perspectiva dos homens. Pra quem me saiu com a pérola: "Os astecas morreram de overdose", assim, de cara, acredito que suas contribuições serão sempre de grande valia. Até porque argumentar e discutir com uma mulher nunca é fácil. É preciso muita coragem, muita loucura, muita paciência, muito desapego e muito bom-humor. :P Enfim... Mais um filósofo para o grupo.
I lov it!

Eles sabem demais

sábado, 20 de fevereiro de 2010

ELES

por Maria Rita Angeiras


Têm a malícia, a malandragem, o jeitinho sem querer de pisar na bola, como criança quando quebra um vaso, só pra ver se parte mesmo. E nós partimos, partimos mesmo. Em duzentos pedaços, colados, trincados, suados, recolocados. Amamos beijos, abraços, promessas. Promete o mundo que prometo acreditar, meu bem, minha casa, meu quase nada. Abre os braços, a vida, o caos, o lapso, vai que eu abraço. Minto eu, mentes tu, mas mentimos juntos. Mente pra mim. Minto pra mim também. Juro. Amamos ser enganadas, letradas na arte de amar, erradas. Apostamos alto, sempre. No pôquer, na loteria, no amor. Uma chance em um milhão. Vai que acertamos. Apostamos hoje, amanhã e depois, mesmo com o vaso sem um pedaço. Ou dois, ou três ou quatro. Amamos com fé, com alma, mas sem corpo fechado. Mutilado, cansado, sofrido, estendido no chão depois de morrer de vocês. Somos as outras. As outras, das outras das outras, até vocês fecharem o círculo passando por todas, com o nosso amor espalhado em bocas, com nossa dor zombada por outras. Mas abraça, beija, pede desculpa e faz graça. Em troca reclamo, te chamo, te amo, me engano. E, mais uma vez, faço do meu coração tua casa.
Sou fã. Ela sabe demais.

Te valorizo

Muito bonitinha essa música.

Por que eu odeio você.

Você nem sabe rir de si mesmo. Com essa tua sobriedade. Tanta solidez. Alguma solidão. E essa capacidade de ser incrivelmente chato quando quer. Você não é aquele cara bom de papo. Aliás, sob teu próprio julgamento, você é a pessoa mais sem assunto que eu conheço. Você vive se justificando. Você não é fã de cinema, nem de futebol. E você tem essa mania de querer ter tudo sob controle. De não perder o controle. Nem a razão. Porque você é assim. Insuportavelmente determinado. Com esse ar de bem resolvido. Nada no mundo importa tanto quanto você. Nada te desvia. Nada te detém. Nada te contém. Algumas coisas te convêm. Sob muitos aspectos você é tão igual a mim. Ao mesmo tempo tão diferente. E isso faz de você o tipo de pessoa por quem eu não me apaixonaria. Exceto pelo fato de eu ter me apaixonado por você.
E é por isso que te odeio. Eu odeio que teus olhos me olhem e não me vejam. Odeio ainda te desejar. Odeio porque você me faz parecer uma adolescente. Fazendo meu coração bater acelerado. Me deixando confusa. Enquanto eu respiro, insistindo e repetindo, numa tentativa inútil de me convencer de que está tudo sob controle. Odeio porque você tem esse poder de me fazer perder toda e qualquer concentração. Odeio não ser a tua companhia perfeita. Odeio quando você não presta atenção ao que falo. Odeio quando você não entende o que eu digo. Odeio que o teu abraço seja tão gostoso que não dá vontade de soltar. Odeio lembrar do teu beijo e de tudo o que você provoca. Odeio pensar em todo o resto, por motivos óbvios. Finalmente, odeio essa tua mania de fazer tanta coisa ao mesmo tempo, de estar sempre ocupado, o que nunca me deixa tempo suficiente pra dizer tudo isso pessoalmente. E definitivamente, por tudo isso, você é o tipo de pessoa por quem eu não me apaixonaria. Exceto pelo fato de eu me apaixonar por você. Embora tenha plena consciência de que não deveria, meu bobo coração, não sei porquê, insiste em bater feliz, quando te vê.

Aquele sobre o Carnaval da água mineral (1)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Bom mesmo são as coisas que a gente escuta no meio da multidão. Cada vida uma história. Cada cabeça um mundo. Quem não bebe, não vê o mundo girar... Mas se diverte um bocado.

“E aêêê galegaaa?! Galega da bobônicaaa!" (Quem é galega?)

“Prazer, meu nome é Danielly.” (A pessoa chega no estágio que troca o próprio nome.)

“Eu posso até me converter, mas só depois que terminar essa cerveja.” (Logo após passar por um bloco evangélico aos gritos de "Jesus Reina")

“É um tal de ai ai ai, ui ui ui, eu vou morrer!” (Para aqueles onde tudo dói.)

“E a memória afetiva, onde fica?” (Filosofia pura I)

“Tô pensando em casar.” (Crise I)

“Tô pensando em separar.” (Crise II)

“Esse ano vou juntar dinheiro pra casar.
Com quem?
Isso é apenas um detalhe. Depois eu vejo.” (Praticidade.)

“Fiquei sabendo, semana passada, que vou ser pai.
Mas o filho é da tua namorada?!
Sim.
Menos mal.” (Consolo.)

“A gente tava precisando de um tempo mesmo. Agora eu vou só relaxar.” (As pessoas se iludem.)

“Que menina bonita! Qual o seu nome?
A essa altura alguém tem nome, moço?”

“Nossaa, que menina bonita, posso te conhecer?
Não.
Mulher feia do c******!” (Homem, feio, bêbado e frustrado, precisa mais?)

“Brigar, pode brigar, mas precisava mandar tomar no c*?” (Viva a indignação feminina I)

“Foi uma ilusão de ótica!” (A bebida não tem culpa de nada, foi o sono)

“Quem falou que isso é bonito?”

“Agora embaçou!”
“Esse é o famoso pega-ninguém. Quando não pega por falta, não pega por excesso.” (A pessoa que consegue marcar com duas e não ficar com nenhuma.)

“Não tô dando a minha opinião.
Por que?
Foi promessa de ano novo.”

“Não vai beijar não?
Não.
Por que?
Foi promessa de ano novo.”

“Aproveita, porque esse ano o que mais fiz foi quebrar as promessas de ano novo.”

“Seja sincera: De zero a cem que chance eu tenho com você?
Zero.
Não precisa ser tão sincera. Você derrubou a minha auto-estima.
Você se recupera na próxima ladeira.”

“Vou procurar um homem descente, que sou uma menina direita.” (Ótima resolução em pleno carnaval)

“Você me convidou pra ser sua última programação do dia.” ( Viva a indignação feminina II)

“Tô sem letra.”

“Esse Galo é frango!”
“Viva o Galo da diversidade!!!”

“E o povo ainda diz que o Recife tem o melhor carnaval do mundo. Que nada! Melhor ver a Beija-Flor desfilar no Rio.” (carioca bêbado, discutindo a relação com o Galo, em tempo de cair da ponte.)

“Harmonia... Notaaa 10” (Bloco do Ráu, o bloco que só ensaia uma vez por ano, na segunda de Carnaval. Esse ano a rua Da Guia foi contemplada com a passagem do bloco mais animado do carnaval do Recife.)

“Vir pro carnaval fantasiado com os enfeites da árvore de natal é foda!”

“Fantasia... Notaaa 0”
“Quem perde é quem acha!”
“Os astecas morreram de overdose!”

E a filosofia reinou em pleno carnaval pernambucano :P

Confissões de carnaval.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


A quem ela quer enganar?! Se em meio a uma multidão com milhares de olhos, somente aqueles fazem o coração bater. Sístole e diástole. Tum-Tum, Tum-Tum, Tum-Tum... Tão forte. Tão rápido. Tão acelerado. Abafando os sons de todos os tambores. O tempo para, por alguns segundos. A respiração fica suspensa. A quem ela pensa que engana? Fingindo esse jeito de quem nada quer. Bastam aqueles olhos pra ela se perder. E ela olha furtivamente. Ficando sem jeito, todas as vezes em que é surpreendida. E sente até ciúmes de quem tem sua atenção, enquanto ela não. Ela tentou. Ela seguiu estritamente suas ordens. Deus é testemunha de que ela tentou. Ela foi forte, até onde pôde. Ela resistiu. Um bom perdedor reconhece os méritos daquele que lhe venceu. E ela se rendeu. Porque em alguns momentos é preciso se render, é preciso perder. Porque a paixão tem dessas coisas.

Sobre aquela música (melhorado)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

É pra se lascar-se, ouvir-se, fuder-se, lembrar-se, quebrar-se, chorar-se, pensar-se, refletir-se e perguntar-se: "O que foi que eu fiz?"

E o dia amanheceu em paz

sábado, 30 de janeiro de 2010

Eles fizeram como há muito não faziam. Como no começo. Sentados no banquinho. Ele usava o perfume que ela gosta. Ela se fez bonita, fingindo displicência. Os cabelos soltos, refletindo a luz. Conversaram amenidades. Coisas vãs. Palavras sem sentido. E riram de si mesmos. Como no começo. Contaram coisas de suas vidas. De como cada um seguiu seu caminho. Ele falou da nova namorada. Ela falou que estava bem. Estavam felizes. Sem maiores pretenções. Só por perceberem que algumas coisas não mudam. Por saberem que carregam boas lembranças. Talvez como consolo, chegaram a conclusão que a vida tinha sido injusta. Quando tudo de que eles precisavam era de uma mínima e única chance de darem certo. Eles juntos, não funcionaram. Ela pensou que lhe devia desculpas. Por ele olhar pra ela de um jeito tão bonito. Pior, por ele pensar nela de um jeito tão bonito. Ele não deveria. Ele não tinha o direito de olhar pra ela daquele jeito. Não quando ela mesma, consciente ou incoscientemente, trazia ainda tanta mágoa. Ambos se explicaram. E agora, somente agora, eles entendiam. Sem ressentimentos. Só que agora, diferente do começo, ambos carregam consigo uma bagagem enorme. Que não pode ser apagada, esquecida, ou deixada para trás. Usando o velho cliché "o rio seguiu seu curso". E aquele sentimento, eles vão sentir. Como uma coisa boa de lembrar. Sabendo que todos os atropelos, serviram de aprendizado. E que felizmente o tempo, não destrói tudo, quando pelo menos alguma coisa desse tudo, é de verdade.