Domingo no parque

domingo, 3 de outubro de 2010

De repente me veio um desejo enorme de passar um domingo ensolarado no parque. Rodeada de muito verde e ar puro. Daqueles dias bem "família de comercial de margarina". O dia inteiro com meus filhos risonhos, de bochechas rosadas. E aquele cara. Aquele cara seguro, que vai comprar sorvete pra todos nós e me olha de longe, com um olhar cúmplice, um sorriso maroto e lindo, e aquela expressão no rosto "Nossa, que mulher eu tenho!", a qual retribuo no mesmo tom, porque a recíproca será totalmente verdadeira. Nesse domingo, até um cachorro dócil e felpudo nós teremos. Ele ficará ali, meio preguiçoso, fazendo graça e brincando com as crianças. Nesse dia, andaremos de bicicleta, de pedalinho, compraremos mimos na feirinha perto da igreja, ouviremos as músicas que tocam os artistas de rua. Enquanto as crianças brincam no balanço, nós namoraremos no banquinho. Depois, famintos, almoçaremos com o vovô e a vovó. Porque domingo é dia de almoço na casa da avó. A alegria e o cansaço estampados nos rostos, por saber aproveitar os pequenos, porém intensos, momentos em que a felicidade se apresenta. E a certeza de que a vida tem, finalmente, um propósito, que vai muito além de nascer, crescer, procriar e morrer. É essa coisa de compartilhar. É mais ou menos aquela história de ver uma pôr-do-sol lindo e ter alguém ao teu lado pra sentir a beleza daquele momento. De repente, naquele domingo, eu vi o tempo passando. E pela primeira vez, eu não senti medo de crescer.

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