Bilhete:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Se tu me amas, ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados.
Deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amado,que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."

Belo, simplesmente belo.

Sobre a verdade

domingo, 27 de dezembro de 2009

Sobre a verdade, há que se considerar que embora, para a maioria, falar, seja ainda a melhor opção, ouvir nem sempre é fácil. A verdade é detentora do poder de provocar reações diversas, esperadas e inesperadas. Há que se considerar o relativismo da consciência do emissor e do receptor. Em tempos em que o absoluto se torna obsoleto num piscar de olhos, é preciso muito cuidado. Qualquer ruído, por menor que seja, pode ser desastroso.

Calor humano o ano inteiro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Adormecer depois de uma dose de Marguerita, um banho demorado de água doce, as 2 da madruga, e uma taça de sorvete, em mais uma das noites quentes dessa cidade.
Existem coisas que não têm preço...

A noite das borboletas.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Essa noite ela ganhou todas as borboletas. Por que borboletas? Simples. Elas gostam das flores. Por que borboletas? Porque elas são a prova da metamorfose ambulante. Do se fazer o colorido daquilo que é revestido por uma casca sem graça. Porque as borboletas são tão inconstantes quanto ela mesma. São tão inquietas quanto ela o é. Atraídas pela luz, a ponto de nela ou por ela se perderem. Essa noite ela sentiu o coração querer explodir. Eufórica, como se acabasse de descer de uma montanha russa. Ela sentiu pelo pulsar no seu pescoço, pelo tremor na sua voz. Ela se sentiu tão feliz quanto alguém poderia ser. Como se o papai Noel sempre tivesse existido. E ela nunca tivesse acordado para as tristes desilusões da vida adulta. A bailarina sorriu. Como uma criança que ganha o brinquedo mais desejado. E quis sair dançando. Um samba seu. Como sempre faz, na sala de casa. O mandacaru se reconheceu. Admirando a si mesmo. Como o ser mais estranhamente belo que já viu. Não a beleza convencional e puramente estética, mas a beleza inesperada, a beleza que instiga. A beleza não pelo que aparenta, mas por todas as reações que pode provocar. A noite das borboletas, vai ser contada para os netos que ela terá um dia. Mesmo que noites como esta sejam, ainda, indescritíveis. Como essa coisa do querer, mais que bem querer. Como o fato de que algumas pessoas fazem nossas vidas diferentes. Ela vai contar sobre a surpresa. Sobre o inesperado. Sobre aquele abraço. Não. Não foi só porque ela ganhou as borboletas. É porque são as borboletas. E a bailarina, e o pé de mandacaru, e o samba, e o ursinho, e o chocolate. E tudo aquilo que faz parte do pequeno universo criado por ela. Do mundo que ela escolheu pra guardar consigo dentro de sua redoma, onde pouquíssimos tem o privilégio de entrar. Não. Não há nada que você não tenha percebido. E ela será eternamente grata por isso. Porque para o ser humano, mais difícil é encontrar quem lhe penetre a alma.


“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Antoine de Saint-Exupéry

Sorria...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"O mundo é bom.
A felicidade até existe."

O choro

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ainda ontem, por essas horas, conversava com um amigo sobre a importância do choro. Como essa reação tão espontânea alivia a alma. E como depois de um tempo, deixamos de chorar. Agora depois do choro, acredito que já não tenho mais o amigo. Triste idéia. Contava com ele pra aparar minhas lágrimas quando meus olhos insistissem em não parar de vertê-las. Mas o choro veio porque o amigo foi. Amigo que é amigo é assim. Nos traz algum benefício até quando nos faz chorar. Espero que ele volte logo.

Gota d'água

De verdade, me impressiona essa capacidade que algumas coisas têm de não mudar. Me impressiona a medida em que as histórias se repetem. Me impressiona mais ainda essa capacidade que tenho de fazer acontecer tudo aquilo que mais tento evitar. Deve ser algum dom, em função da péssima comunicóloga que sou, essa mania de não me fazer entender. De confudir as pessoas. E por elas ser confundida. Não. Meu coração não é um pote até aqui de mágoas. Lamento profundamente, mais uma vez, o engano.

All that lights, all that sounds.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"I'm sorry, but I'm just thinking of the right words to say.
I know they don't sound the way I planned them to be.
And if I have to walk the world to make you fall for me.
I promise you, I will."
Tudo bem. Mamãe sempre falou que ela é precoce. Na verdade, sob muitos aspectos, ela se sente ora um passo a frente, ora um passo atrás. O estranho é a permanente sensação de estar no tempo errado. Bem que ela poderia perder essa mania de chegar cedo demais, ou tarde demais. E simplesmente chegar na hora certa.

Vênus em Leão

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

-Essa tua amiga, como é que ela pode tanto?
-Ahh meu bem, é de nascença!
Tá explicado.

É pessoal, é?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vamos lá, Senhor! É pessoal? Pode falar. Eu agüento. A verdade doi-la a quem doi-la. Diga aí: por qual dos grandes desastres da humanidade eu fui responsável??? Por Seu amor, me diga aí. É sina??? É karma??? O que danado é isso?? Vou pagar por toda a vida?? Pelo resto da eternidade e mais um pouco??? Per favore, diga. Pra eu me preparar psicologicamente. Certo que Você escreve certo por linhas tortas. Mas as linhas não precisam ser tão tortas. Ou precisam? Assim eu nunca sei aonde estou indo? Se é que estou indo a algum lugar. Dá pra Vossa Pessoa ser mais clara e objetiva em alguns momentos? É que meu cérebro não consegue filosofar de manhã cedo, ele ainda não acordou.

Na hora da saída.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Não vai não. Não vai não. Vai não. Não.
Tá certo. Vai. Vai. Vai.
Pode ir.

Azul da cor daqueles olhos

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mateus tinha os olhos azuis mais azuis que já vi. Só o encontrei duas vezes, em toda minha vida. Num intervalo de horas de um mesmo dia. Mais um desses momentos de puro acaso. Por uma boa meia hora, me perdi no azul dos olhos de Mateus. Não conseguia desviar o olhar daqueles olhos. O que, confesso, me deixou desconcertada. É que eles me fizeram esquecer, por um breve instante, tudo aquilo que me incomodava. Aqueles olhos me deram férias do trabalho, aliviaram minhas dores, anularam minhas preocupações, me fizeram sorrir. É que o azul dos olhos de Mateus, não era igual a nenhum outro azul, nem ao do céu, em dia ensolarado, nem ao do mar, com seus tons em degradê. De hoje e por todo a minha vida pregressa, nenhuma cor foi tão viva quanto o azul dos olhos de Mateus. Mateus, por sua vez, passou o tempo se deliciando com o que via a sua frente. Apenas as expressões em seu rosto e seu olhar eram capazes de denunciar alguma emoção ou sensação mais forte. Não falava nada. Não perguntou meu nome, nem o que eu fazia. Também nada disse sobre si. O que foi bem oportuno, pois falar só viria a me dispersar daquele instante. Soube o seu nome por acaso. Como tudo naquele momento, foi por acaso. Depois do azul dos olhos de Mateus, lembrei de como o azul me fascina. De repente todas as fachadas de prédios eram azuis, as roupas dos transeuntes eram azuis, os anúncios espalhados pela cidade eram azuis. Tudo ficou azul. Mas nada se comparava ao azul dos olhos de Mateus. Duas bolas perfeitas cravadas num rosto branco, de pele macia e nariz reto. Pensei na natureza irônica que, talvez, querendo compensar a ausência dos outros sentidos, oferecia a Mateus aqueles lindos olhos azuis, brilhantes e vivos. Aqueles olhos que parecem não piscar, por não querer perder um segundo sequer de vida. Registrando tudo a sua volta. Pensei em tudo que aqueles lindos olhos, com não mais que 6 anos de idade, ainda vivenciarão. Desejei que o mundo fosse mais bonito, só pra ser visto por aqueles olhos. E pensei que, enquanto viver, nunca mais vou esquecer o azul dos olhos de Mateus.

Resposta

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O que ela poderia responder? O que poderia dizer? Era o tipo de pergunta retórica. Daquelas que ou fazem pensar, ou induzem ao erro. Era o tipo de pergunta indecente, que deveria ser censurada a fim de manter a ordem no tribunal ou, ao menos, a sanidade no juízo. Aí vem você falar de tristezas e decepções pela ausência de resposta. Pelo silêncio. Alguém já ouviu falar “que muitas vezes, o silêncio é para o homem a melhor decisão” ? Além do mais, como bem lembrou um amigo, a boca fala do que tá cheio o coração. Se não fala, é porque não tem nada a dizer. Óbvio demais. Mais claro impossível. O que não significa que ele esteja vazio. Só não está cheio daquilo que você gostaria que estivesse. Ele está ocupado em não parar de bater. Ele está ocupado em não perder o ritmo. Ele está ocupado em se manter em paz. Ele está ocupado em desejar o novo. Porque pra ele o trabalho nunca foi fácil. Então agora ele encheu-se do que realmente interessa. Enquanto espera pra transbordar por alguém, que agora (ou ainda) não é você, porque ele não é tão bobo quanto aparenta, porque ele é, essencialmente, um coração humano. E como tal, sabe que perdoar é divino. Então ele entende, e até perdoa, se for o caso, mas não esquece.

Um pouco mais sobre ela...

Nem tão direta quanto um direto de direita, às vezes, um pouco mais dolorosa.

Pensador

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Eu não me preocupo tanto com o que acham de mim. Quem geralmente acha, não achou, nem sabe ver a beleza dos meus avessos, que nem sempre eu revelo."

Tenho que admitir: Algumas verdades podem surgir de onde menos se espera.

Jesus disse:...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Seja educado. Esse foi só mais um dos momentos engraçados protagonizados por esta pessoa que vos fala (ou escreve, como queiram). Mais uma vez aquela sensação de talento desperdiçado. Não sei muito sobre o que Jesus disse de fato. Na verdade, até sei, mas procuro guardar pra mim as considerações sobre o assunto. O fato é que entre todos os ensinamentos, acredito que ser educado estava implícito (risos). Tem uma história de não julgar, isso eu sei que está lá, em algum lugar. Esse negócio de julgamento é complicado. Como seres humanos, ainda animais instintivos, antes de tudo, temos essa tendência a reagir, principalmente àquilo que não conhecemos profundamente. O que nem sempre acontece de forma positiva. Todos nós somos algozes e vítimas de conclusões precipitadas. Eu que o diga. Por isso é importante não se deixar influenciar pela primeira impressão. É graças a isso que você pode ser contemplado com algumas boas surpresas. Graças a isso, a não temer o novo, você pode vivenciar os circuitos alternativos da vida, com todos os seus universos paralelos. Graças a isso, e à mania que algumas pessoas têm de não desistirem daqueles seres aparentemente mais difíceis e complicados, porque conseguem extrair deles o que têm de melhor. Graças a isso você pode experimentar novas sensações. Não se enganem. Não to falando de nenhum tipo de substância que altera o seu humor, seja ela lícita ou ilícita. O final de semana foi só geração saúde. Teve à tarde de surf. Lá vai ela, garota bronzeada, aquela cor bonita de macaxeira descascada, 26 anos de praia, a prancha debaixo do braço, numa roupa que lhe cabia duas vezes. Depois de dois litros de água engolidos. Vai passando por vários extremos. O medo, sempre do desconhecido. A coragem, de enfrentar o medo, por se sentir capaz. O desespero, por achar que não iria mais conseguir. A perseverança, por pensar que era mais forte. Por fim, a vitória, por se manter de pé. A sensação de desafiar a si mesmo, e vencer. Muito bom. A melhor sensação de todas: olhar pro lado e ouvir as vozes distantes, aquela que te pedia calma e equilíbrio a todo o momento, e aquela que vibra e aplaude porque você conseguiu. Impagável. Indescritível. Teve o banho de mar à noite, na companhia de três amigos, um deles, o negão Juba, um labrador que mais parece de pelúcia, tirando as horas em que ele resolve fazer xixi nos desavisados sentados na areia. O cansaço e a fadiga depois do treinamento árduo foram compensados com uma rodada de pastéis clonados. Teve aquele mar. Aquele céu. Aquele sol. Teve a noite da comida japonesa e do açaí. Teve muita conversa jogada fora. Muita risada. Muito papo sério. Teve o doutor surfista, ou o surfista doutor. Teve o casal de adolescentes de 30 anos mais gente boa da região, uma japinha, com sotaque paulistino (mistura de paulista com nordestino), e um educador físico, que vive com um sorrisão estampado e faz piada o tempo inteiro, daquelas pessoas que você tem a sensação de conhecer há muito tempo. Teve uma família muito simpática e acolhedora, com uma vida em contato direto com a natureza. Teve um pouco mais sobre mim. Teve mais dois apelidos para a coleção. Papagaio e guaxinim. Um mais original que o outro. O primeiro por ser quieto e bonitinho, mas é só chegar perto que ele quer bicar, o segundo não obteve maiores explicações. Mas tá valendo. Tudo vale à pena quando a alma não é pequena. Então valeu. "Se permitir" é importante. Mais importante ainda é conseguir perceber os breves, porém intensos, momentos em que a felicidade se apresenta.

Pensamento noturno.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

As pessoas deveriam parar de prometer aquilo que elas não podem oferecer de verdade. Amor, por exemplo.

Flores pra você.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O entregador chega na sala e pergunta quem é ela. Ela tem os olhos baixos, escreve, e pensa no resultado da ligação que acabara de fazer. Ela é ela mesma. Até onde ela sabe ser. Até onde ela pensa que é. As flores são pra ela. - É mentira! O entregador dá uma risada gostosa da sua reação. Aliás, o entregador deve achar no mínimo estranha uma reação dessas, vinda de uma mulher, que acaba de receber flores. Não percebeu se era o mesmo da outra vez. Se era, deve ter achado-a louca. - Quem mandou? Sem cartão. Sem mensagem. Sem telefonema. Sem e-mail. Sem sinal de fumaça. Sem sinal nenhum. São flores do campo. Coloridas. Simples. Ela gosta. O entregador continua rindo. Acho que pensa na resposta que não pode dar àquela pergunta. - Quem mandou? Ela continua sem entender aquele arranjo sobre a mesa. Procura auxílio no dicionário da era informacional. No Google encontra um possível significado para as flores do campo: Juventude. Equilíbrio. Ponderação. Seria alguma homenagem pelo dia do servidor público? Seria uma demonstração de carinho, sem maiores intenções. Ela continua sem entender o que significa tudo aquilo. Mas elas são bonitas. Não esperava recebê-las numa quarta-feira, a tarde, depois de um dia que começou com uma curta noite de sono. Aliás, não esperava recebê-las, em momento algum. Mas elas são bonitas. Coloridas. Simples. Ela gosta.
Sr Anônimo, ela pede para informar-lhe que respeita totalmente a sua decisão por preservar sua verdadeira identidade. Porém, deve lembrar-lhe que, embora tenha muitas qualidades e características interessantes, a clarividência e a advinhação não estão entre elas.
Portanto, caso o senhor deseje colaborar, ela apreciará imensamente o dia em que resolver sair do anonimato.

Sobre o medo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Houve um tempo em que tudo era mais fácil. Até sentir medo era mais fácil. Porque agora, até isso, querem proibir. Até isso tá difícil de sentir. Ela tem que sentir sozinha, calada, quieta no seu canto. Por que ninguém consegue perceber o medo nos seus olhos? Porque ninguém consegue entender o medo que ela sente. Quando a gente é bebê, tem aquela fase de temer dar os primeiros passos. A gente sente uma vontade imensa, mas depois de tentativas e quedas, bate aquele medo de continuar, até que vem um adulto, geralmente a mãe, ou o pai, que segura nossa mão e nos conduz. Quando a gente menos espera, sai andando sozinho, depois correndo. As quedas continuam a acontecer, mas a gente já sabe como levantar, e até aprende a ter o cuidado em evitar as próximas. Houve um tempo em que ela só sentia medo do palhaço, de barata, do escuro, da bruxa, do fantasma e do lobo-mau que poderia saltar durante a noite do lençol da cama. Então ela corria, na ponta do pé, cruzava a porta que ia dar no quarto da mãe. E ficava ali, parada no escuro, do lado da cama, até que a mãe, acordasse, sentindo sua presença, e perguntasse o que tinha acontecido. Então ela deitava ao seu lado, até adormecer, e nada mais importava. Porque ali, ela estaria segura. Agora ela tem medos mais reais. De tudo aquilo que ela desconhece, de algumas coisas que ela conhece também. Ela só tem medo. Medo do futuro, que acontece a cada novo dia. Medo, pelas indefinições e incertezas. Medo de não construir nada. Medo dela mesma e de suas decisões. Medo das escolhas erradas. Medo do arrependimento. Medo do não ter tempo pra consertar os estragos e retomar o caminho. Só que agora não existe mais a porta por onde ela corria a noite. Todos esses medos dependem dela, e somente dela. E não há nada que ninguém possa fazer sobre isso. Mas podiam ao menos deixa-la sentir. E de vez em quando, por alguns minutos, olharem de longe, pra estender a mão e dar o velho empurrãozinho, caso, em algum momento, ela caia. Porque sentir medo é uma merda. Mas uma vez que ele existe, é pra ser sentido.

Fato Consumado

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Eu quero ver você mandar na razão. Pra mim, não é qualquer notícia que abala o coração. Se toda hora é hora de dar decisão, eu falo agora: No fundo eu julgo o mundo um fato consumado e vou-me embora. Não quero mais, de mais a mais, me aprofundar nessa história. Arreio os meus anseios, perco o veio e vivo de memória...
Eu quero é viver em paz. Por favor me beija a boca. Que louca!"
Ouvi essa música hoje cedo, achei tão apropriada.

Por que não eu?

domingo, 18 de outubro de 2009

Porque você é aquela pessoa tão bacana. Aquela pessoa inteligente. Aquela que faz ela rir, o sorriso mais sincero. Porque você é aquela pessoa do abraço mais gostoso. Aquela pessoa que percebe, que sente, que ouve. Que derrete toda ela, quando a chama de flor. Aquela que tem um gosto que ela gosta. Que conhece a música certa. Porque uma simples pizza a noite, vira um desses momentos pra guardar pra vida inteira. Que a olha, com os olhos apertados. Como se visse algo irreal. E fica tentando decifrar cada palavra. As ditas e as não ditas. Cada gesto. Porque você é aquela mistura de pessoas que ainda não sabe que existe. Porque você é aquela pessoa, por quem ela definitivamente se apaixonaria.

Ansiando por mudanças!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ainda bem que existem pessoas que conseguem transpassar essa aparente carapuça rochosa. Que conseguem ler nas entrelinhas. E perceber que essa ironia é só uma forma de provocar. A indiferença, essa sim é motivo para preocupação. Porque agora tem uma história de todo mundo se achar conhecedor dela. Dizendo o que deve e o que não deve, o que pode, o que precisa, o que deseja, o que pensa, o que sente. Como diz o filósofo: Existe mais entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Muito mais. Aos mais desavisados: “Nunca pense que sabe tudo, e não se acomode”. Foi uma coisa que ela aprendeu. Então não pense que conhece as respostas. Não procure entender, nem definir. De certo só a certeza do incerto, do improvável, do imprevisível, do inconstante. Tão presentes quanto o ar que precisa pra viver. Como na música, ela prefere as pernas que lhe movimentam. Não procure por respostas. O máximo que ela pode te oferecer são mais perguntas.

O vermelho

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Não é porque o vermelho é a cor da moda. Pra falar a verdade ela nem sabe qual é a cor da moda, nem as tendências para a próxima estação. Isso nunca teve importância. E, a bem da verdade, sempre achou que o vermelho não lhe cai muito bem. Talvez, por causa dessa pele, que nem é branca, nem é morena, nem amarela. Talvez, por causa desse cabelo, que nem é claro, nem é escuro. Essa cor de não sei o que. Nada contra o vermelho, nem contra a pele, muito menos contra o cabelo. É só que eles não combinam. Sempre preferiu o azul, o cinza, o preto e todos os tons frios e sóbrios. Tão sóbrios quanto ela mesma sempre foi. Mas hoje ela decidiu sair do comum. Ousou usar vermelho, nem que seja somente nas unhas. Só pra sentir que podia. Alguma coisa que distoe dessa aparente frieza. Alguma coisa que transgrida, que agrida. Que abuse. Que surpreenda. Alguma coisa que mostre, que as coisas não são o que aparentam ser. Porque uma das maiores verdades do mundo é que de perto ninguém é normal. E ninguém sabe o que ela realmente é, tampouco o que deseja. Porque nem ela o sabe ainda. Nem tem pretensão de saber. Não consegue se decidir pela mulher, ou pela menina. A única coisa que é certa, é essa vontade de ser. E esse estranho desejo pelo vermelho. Porque hoje, entre tantas outras coisas, ela decidiu que o vermelho combina.

O ócio

domingo, 11 de outubro de 2009

Ultimamente tenho pensado que a vida de solteiro exige movimento. O que pode torná-la bastante onerosa. Porque uma das piores situações para quem está solteiro é o ócio. O não ter nada pra fazer. Aquela história de mente vazia, casa do diabo. Porque é nessas horas que quase que instantânea e inevitavelmente vem aquela estranha sensação de querer ter alguém do teu lado. Sei lá pra quê?! Pra sair do ócio. Só pra ter com quem falar. Pra contar como foi teu dia. Pra saber que tem alguém que se preocupa, pra saber que você também se preocupa com alguém. Pra ganhar um abraço apertado. Ou simplesmente, pra ter alguém fazendo nada com você, achando que aquilo é a melhor coisa do mundo. Aí surge uma das mais perigosas combinações já inventadas pela humanidade: o ócio de uma pessoa solteira e o telefone móvel, com memória para mil números, inclusive os de todos os ex, atual(is), ou futuro(s). Sem contar aquelas mensagens antigas da caixa de entrada que insistem em continuar lá. Você olha para um lado, olha para o outro. Pega o telefone. Vai passando a lista até encontrar o nome, o que é uma mera tentativa de ganhar tempo, porque na maioria das vezes você sabe o número de trás pra frente. Continua olhando fixamente. Pensando no que danado você vai falar. Em que desculpa vai inventar para não parecer ridículo por ter ligado uma hora dessas. Então, você segue o conselho de um amigo e se segura. Agarra o travesseiro e fica bem quietinho, esperando que a vontade passe e que o sono chegue.

Poeminhas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vagueio pelos meus pensamentos,
inventando pessoas e paisagens.
Falo bobagens.
Faço coisas sem sentido.
Provoco o mundo.
Só pra ver do que ele é capaz.

Vivo.

Os barrigudinhos.

Segunda-feira, checando a caixa de entrada, recebi um texto, encaminhado pelo seu Kátio, que me fez ganhar o dia. Falava sobre as vantagens de se apaixonar por um homem barrigudinho. Passado o susto por ter recebido um texto desse teor do meu pai (depois as pessoas ainda perguntam porque eu sou assim), fiquei refletindo sobre o tema, até porque ele tem sido recorrente em roda de amigos. Entre algumas das vantagens foi citado que o homem que não se preocupa tanto com o próprio corpo, ou não tem tantos atrativos físicos, tem que obrigatoriamente ser bom de papo, tem que se esforçar muito mais pra agradar a mulher, por isso presta muito mais atenção nela, nas suas vontades. Embora acredite que o texto deve receber o desconto quanto a veracidade absoluta das afirmações, tenho que concordar que o argumento é bem interessante. O fato é que alguns homens se sentem inseguros quanto a questão. Lembrei de algumas queixas de amigas e, homens, prestem bastante atenção , a barriguinha não foi citada. Entenda aqui por barriguinha, aquela de cerveja, nada que venha a comprometer a capacidade cardíaca do indivíduo. Então fiquem tranqüilos. Mas não se acomodem, o equilíbrio é fundamental. Na opinião da Geral, mais vale um magrinho saradinho, que um fortão bombado e artificial. Homens de óculos são um charme. Branco, moreno, amarelo, varia conforme o gosto. Tatuagens, brincos e afins, tem seu quê de apelo, há quem goste. Barba ou cara lisa, varia conforme a fase hormonal, mas para uma boa parte, barba roçando na pele, é tiro e queda. O cheiro é imprescindível. Homem tem que ter cheiro de homem, nada de perfume de bebê, a menos que ele queira ser adotado, ou que a esposa esteja grávida, enjoando os demais perfumes. Mais novo ou mais velho não tem tanta importância, dependendo dos objetivos, e desde que a companhia seja agradável. No mais, homem tem que ter jeito de homem. Entenda-se por “jeito de homem”, atitudes firmes. Isso vai desde o modo de segurar um copo, até o jeito de olhar. Ele tem que passar toda a segurança que cientifica e geneticamente a mulher procura, mas sem brutalidade. Nada de cantadas baratas e frases feitas. Afinal, inteligência e bom humor são requesitos em alta. Aceitar um não na esportiva abre uma possibilidade, mesmo que pequena, dele vir a se tornar um sim. Resumindo, desde que a conversa agrade, que a pegada seja firme, a barriguinha é um mero detalhe.
Homens, quero comentários e respostas.

Time.

Tem pessoas por quem você se apaixonaria, tem pessoas que se apaixonariam por você. Difícil é acertar o tempo. Aquela história da pessoa errada na hora certa, e da pessoa certa na hora errada.
Hoje, eu quero sair só.

Sr. Ladrão da Internet

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Please, não roube o meu perfil!

100 lugares que você não precisa conhecer antes de morrer.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Maracaípe no feriado de 07 de setembro. Você consegue chegar, mas não consegue sair. Não encontra nenhuma mesa disponível (guarda-sol e cadeiras são artigos de luxo, disputados a tapa). Passa uma hora pra conseguir encontrar o garçom, mais uma hora pra fazer o pedido, mais uma hora esperando que o pedido chegue, pela metade. E ainda corre o risco de sua amiga pegar ar com o engarrafamento, decidir deixar o carro, e vocês terem que voltar a pé pra Porto, no sol das 2h da tarde.
I love it.

Para todo fim, um recomeço.

Discutir a relação quando ela existe já é difícil, discutir a relação quando ela já acabou é praticamente um pedacinho do inferno na terra. Após mais um desses momentos preciosos, que, insisto em dizer, só acontecem comigo. Fiquei pensando sobre em que momento um relacionamento chega ao fim? Quando é que o amor acaba? Por que é que ele acaba? Porque é extremamente frustrante ver que todos os planos e sonhos que um dia você compartilhou com alguém, não vão mais acontecer. O fim é doloroso, mesmo que traga consigo um alívio imediato. Pra onde vai todo aquele sentimento que você em algum momento teve tanta certeza sentir? Para onde vai aquela filha morena dos cabelos ondulados, que seria tua cara, mas teria o sorriso do pai? Pra onde vai o apartamento que vocês planejaram comprar um dia? Pra onde vai aquela viagem para Londres? Os discos de Cazuza, Ed Mota, Djavan e todo o Clube da Esquina? O violão que alguém tocava? Aquela comidinha preparada com tanto prazer? Os filmes e o futebol no fim de semana? As conversas em família? O prazer pela presença, a dor pela ausência? Não sei quando, nem porque tudo isso acaba. Não sei em que momento você se perde do outro. Mas sei que em algum momento, a chegada dos filhos é adiada, assim como a compra do apartamento. Não existe grana para a viagem a Londres. Os discos de Cazuza e todos do Clube da Esquina, você ainda ouve, com o coração partido. Ed Mota e Djavan te fazem querer cortar os pulsos. O som do violão atrapalha teu sono. A comida, antes tão saborosa, fica intragável. Você prefere ler, sozinha, no quarto. As conversas quase não existem. Quando existem, viram discussões intermináveis por bobagens. A presença e a ausência tornam-se indiferentes. No final de tudo, quando o sentimento acaba, resta uma ponta de dor. Não são ciúmes, nem dor de cotovelo. É só uma dorzinha doída, por tudo que poderia ter sido e não foi. “Eu sou um cara bom demais, mereço ser feliz”. Idem. Eu nunca disse o contrário. Pressuponho que isso não signifique que eu seja uma garota ruim demais. Acontece que em algum momento você deixou de ser pra mim, e eu deixei de ser pra você. Não sei quando foi o começo do fim. Mas sei que o final do fim, foi quando você foi embora, sem olhar pra trás. Foi naquele dia, em que, pela primeira vez, eu não te pedi pra ficar.
O amor não acabou. De fato ele sequer existiu. Se assim não fosse, não acabaria o amor. Pois o que é, não vem a ser, nem se degenera. (frase escrita numa aula de filosofia na faculdade)

Mais uma...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deeuuuus!!!! Pé no freio Amigo, que assim num agüento não! É muita emoção.

(Da série minha vida é uma comédia)

Um pouco de poesia.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Tinha suspirado. Tinha beijado o papel devotamente. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades. E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas. Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido. Sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase. E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações"
(Composição: Carlinhos Brown e Marisa Monte)

A inveja.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Daquele olhar. Não sei precisar com que freqüência e intensidade um homem se apaixona. E particularmente, não acho fácil reconhecer um homem apaixonado. A única coisa que denuncia a paixão num homem é o olhar. Um homem apaixonado tem um jeito de olhar pra o objeto de sua paixão, que, de verdade, arrepia. E mata de inveja, todas as pobres mortais. É um olhar meio embriagado, ao mesmo tempo doce e cheio de desejo. Como se o tempo estivesse passando em slow motion, só pra permitir que ele viva aquele momento. As pessoas em volta não passam de meros figurantes. Tudo pára pra que ele perceba e absorva todos os movimentos daquela que lhe tem nas mãos. E quando ele não suporta mais ver, ele fecha os olhos de um jeito lento. E caminha e dança. Como se flutuasse.
(da série "pecados capitais")

E não nos deixeis cair em tentação...

É o seguinte Senhor: Tá certo que Você manda a tentação de acordo com a capacidade que nós temos de resistir a ela. Então vamos brincar direitinho: Ou diminui a tentação, ou aumenta a capacidade de resistência. Do jeito que tá, fica muito difícil!

(da série minha vida é uma comédia)

O feriado do dia 15 de setembro

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Feriado na cidade. Já é aniversário. Se fosse carregar o nome da santa do dia, me chamaria Das Dores. Pai, obrigada por escolher meu nome. Nada contra a santa, mas vai que o nome atrai?! Melhor não. Mais de duas décadas e meia de vida. Falando assim, soa mais importante. Só eu, Audrey e Frajola aqui no quarto. Ela sempre segurando um cigarro, ainda morre de câncer no pulmão, me olhando com seus olhos redondos, como quem diz: E aí garota? O que é que vai ser? Por que é que tu tá nessa? Não, definitvamente, ela nunca falaria assim. O gatinho sempre me ofertando uma rosa. Adoro o jeito como ele me olha. Chico tá cantando. Chico é bom. Mas hoje eu preferia Vinícius. Seria um bom presente, aquele CD que eu nunca consigo encontrar. Tudo normal. Tudo igual. Não. Os anos acumulados ainda não incomodam, o que conta é a experiência adquirida. Ainda mais se a vida continuar no ritmo que vai. A velhice vai ser cheia de histórias pra contar. Confesso, isso sim, incomoda um pouco, não a velhice, mas o fato de não saber pra quem vou contar essas histórias. Sem ligação a meia-noite, sem buquê de rosas vermelhas, sem uma faixa amarela bordada com o nome dela, pendurada na entrada da favela, sem declarações de amor eterno, sem serenata na janela, nem ao menos uma telemensagem do Disk-Emoções. Tudo bem. Seria esperar demais. Em um ano tanta coisa aconteceu. Em um ano conheci tantas pessoas, tantos lugares. Não tenho de que reclamar. Nessa minha vida cigana, vou pelo mundo, mas tenho um porto seguro, esperando a cada retorno. Pai e mãe, ouro de mina. Irmãos, que são por mim até debaixo d'água. Amigos, irmãos a quem escolhi, que preenchem minha vida, me dão a cereja do sorvete e me fazem sorrir. Em um ano vivi tanta coisa. Teve o fim, teve o recomeço. Perdas e ganhos. Teve assalto, vão-se os anéis, ficam os dedos. Teve um teto caindo, mas não foi na minha cabeça. I still alive. Em um ano virei a tia de Lívia. Em um ano me apaixonei intensamente, tantas vezes, por mim, pela vida, pelos outros. Os sentimentos, docemente confusos, sempre. O sorriso, continua fácil. Sempre gostei de aniversário. Me faz pensar sobre tudo o que vivi, sobre tudo o que quero viver. E tem tanta coisa que ainda quero viver. Meu medo é que não caiba tudo numa vida só. No feriado do dia 15 de setembro fiquei feliz com ligações que esperava. Esperei ligações que não foram feitas. E fui agradavelmente surpreendida por ligações de quem não esperava. Teve bolo, com direito a "parabéns pra você". Teve a velha e boa filosofia de boteco (essa não poderia faltar, mesmo com o time desfalcado). Acordei e fui dormir com os “eu te amo” mais sinceros que poderia ouvir. Em meio a todos os votos de felicidade, paz, saúde, dinheiro, amor, juízo, uma pós-graduação, um emprego melhor, um marido bonito, bom e rico, e todas aquelas coisas que todo mundo deseja no aniversário, de uma forma ou de outra, me vi cercada daqueles para quem, de um certo modo, eu sou prioridade. O que mais posso dizer, se não: Obrigada Deus! E Livrai-me de todo mal! Então, tá tudo certo. Para o próximo ano, é como diz o poeta: todo amor que houver nessa vida e algum trocado pra dar garantia. Amém!

Aquele da balada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não homens, eu já passei dos 18 anos, eu não tenho namorado. Por que? Boa pergunta. Advinha. Se eu quisesse um filho, teria um do meu próprio ventre, também não quero um pai, até porque já tenho um que me basta. Eu não quero casar amanhã, eu não vou te dar meu telefone, nem quero o seu. Simplesmente porque não vou ligar, nem vou atender se você me ligar. Entenda. Nada pessoal, é só que hoje eu tô cansada de beijos e mentes vazias . A vibe? Claro que eu tô nela. Mas é uma vibe só minha. Hoje eu só quero dançar, fechar os olhos, seguir o ritmo. E rir à toa. Beijo por beijo a gente encontra em toda esquina. Mas por hora, só os beijos reais me interessam.

Soneto da mulher ideal

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Pra fazer poesia tem que ter inspiração. Se forçar ... Nunca vai ficar boa.
Se nao... É como amar uma mulher só linda. E dai !??
Uma mulher tem que ter alguma coisa além da beleza. Qualquer coisa feliz. Qualquer coisa que ri. Qualquer coisa que sente saudade.
Um pedaço de amor derramado. Uma beleza ...

Que vem da tristeza. Que faz um homem como eu sonhar
Tem que saber amar, saber sofrer pelo seu amor. E ser só perdão."


Vinícius.

Desejo, o desejo.


O desejo. O desejo se refere sempre aquilo que não temos. Mas alguém costumava dizer que a gente deve ter muito cuidado com aquilo que deseja. Desejo é um querer quase irracional. O desejo é insano. O desejo do desconhecido, ou pelo desconhecido. O desejo que pode assumir proporções assustadoramente incontroláveis. O desejo da satisfação. O desejo do sonhar acordado. O desejo do risco. O desejo de perder o juízo. O desejo pelo duvidoso. O desejo por desejar. O desejo pelo desejo. O desejo pelo que se vê, mas não se sabe. O desejo pelo inatingível. O desejo da tortura, por se ter tão perto e tão distante. O desejo por não saber como seria. O desejo do encontro. O desejo do coração. Pulsar. O desejo da pele. O calor. O desejo de ouvir. O sussurro. O desejo dos olhos. O olhar. O desejo de sentir o cheiro. O desejo das mãos. O toque. O desejo da boca. O beijo. Que, de repente, poderia ser igual a qualquer outro beijo. Mas o desejo, essa coisa tão caprichosamente imprevisível. Ahh... O desejo é só daquele beijo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Não há nada no mundo que pague a capacidade que os meus amigos têm de me fazer sorrir.

lov u friends!

Inspiração

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A inspiração é precedida por um pouco de dor. Dor de amor, dor de cotovelo, dor de corno, dor de dente... E um montão de tempo livre.

Da série filosofia de boteco.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Deus protege mulheres, loucos e crianças...
E se for uma mulher, louca e criança??? :)

Porque o requisito interessante exige muitos pré-requisitos

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Adjetivos em geral são conceitos muito subjetivos. Então como definir o que é “interessante”? Existem lugares interessantes. Acontecimentos interessantes. Pensamentos interessantes. Comportamentos interessantes. Pessoas interessantes. É uma lista imensa. O que é interessante pra mim, pode não ser pra você. Considerando que, como na música, “quando eu olhar pro lado, eu quero estar cercada só de quem me interessa”, fiquei pensando sobre os pré-requisitos pra esse requisito. Interessante é alguém que não tem medo da chuva, porque a chuva nada mais é que um chuveirão enorme, e o máximo que pode acontecer a quem sai na chuva é se molhar. Interessante é alguém que está sempre sobriamente vestido, e vive filosofando sobre a cor. Alguém que poética e inconscientemente consegue transformar um quadrado em um círculo. Interessante é alguém que consegue extrair de uma conversa de boteco, algo a se aprender. É alguém que consegue versar sobre futebol e sobre a teoria da relatividade, com a mesma desenvoltura. É alguém que argumenta tão bem, que envolve, que ensina. Interessante é alguém que realiza sonhos. Alguém que consegue se adaptar a lugares e situações. Que dança conforme a música, no sentido literal da frase. Alguém que não te chama de “culação de xuculate”, nem de “minha coisa fofa”, nem de “minha” coisa nenhuma. É alguém que tendo a consciência de que você é tão dele, não te chama, porque você simplesmente vem. É alguém que segura tua onda, porque sabendo do gênio que você tem, antevê que em algum momento, inevitavelmente, você vai estourar. É alguém que sabe que os hormônios femininos são responsáveis por todo aquele mau-humor e choradeira. É alguém que respeita o teu silêncio matinal, porque sabe que não é com ele. É só que você odeia acordar cedo. É alguém que sabe apreciar o que é verdadeiramente bonito, sem preconceitos. Que não te censura, nem te sufoca. Muito pelo contrário. É alguém que conhecendo o teu instinto de águia, te impulsiona a voar cada vez mais alto distante. É alguém que passa segurança. Alguém que chega na hora certa. Alguém com quem você se sente confortavelmente bem, mesmo nos momentos mais estranhos. Interessante é alguém que te faz sentir dor de tanto rir. É alguém que, sem temer o ridículo, sabe rir de si mesmo. É alguém de quem você sente a presença e a ausência. Alguém que sabe ouvir. Que sabe falar. Que sabe calar. Que sabe ser... Interessante.

Parando de andar em círculos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Porque chega um momento em que você para, olha pra cima, e faz a velha pergunta: Por que eu? Ou melhor: Por que ele? Sim, porque tem sempre aquele cara. Aquele cara com quem você fez planos de uma vida inteira, ou de um mês de férias, aquele mesmo cara pra quem você fez juras de amor para sempre, ou apenas por uma noite de verão. Aquele cara por quem você se apaixonou um dia, sem vê pra quê. E que hoje você jura de pé junto que não foi você, porque só tendo fumado um sargaço muito estragado pra cometer tamanha insanidade. Aquele cara de tantas brigas e outras tantas voltas. Aquele cara que te fez chorar noites inteiras. Que te faz parecer uma louca gritando na rua. Que em algum momento te fez realmente pensar que você era paranóica. Que nunca te pediu em namoro, nunca te pediu em casamento. Que te deixou e noivou com outra. Que fraquejou, quando você mais precisou. Aquele cara que, simplesmente, num belo dia, sem ter a decência de olhar nos teus olhos, disse por telefone: Um dia a gente conversa. Aquele cara que depois de um ano sem sequer se dignar a falar contigo, assim, do nada, descobre que você é a mulher da vida dele. Aquele mesmo cara que te liga um mês antes do teu aniversário pra te dar os parabéns. Ou que liga pra vender um plano de telefonia móvel. Ou pior, liga pra dizer que vai enfrentar uma estrada de 130km só pra passar a noite contigo. Pois é. Esse cara com quem volta e meia você se depara, que mais parece um karma, que você tem carregar por uma vida inteira. Aí você pergunta: por que? Eis que entra a teoria do circuito oval, igual aqueles de Fórmula Indy. Dois carros partem juntos, mas em algum momento, um começa a desenvolver uma velocidade e abrir grande distância do outro. A partir daí, os dois só se encontram no momento em que o mais veloz, nesse caso você, ultrapassa o outro, nesse caso ele, repetidamente. Aí você só consegue vê-lo pelo retrovisor. Isso é extremamente frustrante. Mas você continua no circuito. Sem maiores emoções. Porque é seguro. Depois de algum tempo, você se acostuma com as curvas, e o máximo que pode acontecer, são algumas derrapadas em momentos de pressão ou por pura distração. É fácil. Antes vê-lo pelo retrovisor, que comer poeira. A culpa não é dele, não é sua, não é de ninguém. Não. Pensando bem, a culpa é muito sua. Que prefere andar em círculos. Que não se permite terminar esse GP, e partir para outra temporada. Ou até mesmo aventurar pelos enduros e off-roads da vida. Nada como a infinita highway, sem motivos, nem objetivos. Onde estar vivo é sobre tudo a lei. Experimente parar de andar em círculos. Às vezes, é necessário correr o risco do “não saber”. Trilhar caminhos desconhecidos. A próxima curva pode trazer uma grata surpresa.


E a filosofia de boteco continua com tudo.

Mandacaru: Nem dá sombra, nem dá encosto.

terça-feira, 18 de agosto de 2009


Talvez de todas as definições que já fizeram sobre mim, essa tenha sido uma das mais intrigantes. Não diria que a mais original, mas certamente a mais engraçada. Em todo caso me fez pensar. Sobre o que eu sou. E sobre o que as pessoas vêem quando me vêem. Eu nem sei definir se é xingamento ou elogio. O mandacaru é uma planta cheia de espinhos. Realmente não é fácil se aproximar, sem sair ferido. Aos olhos da maioria não é bonita, nem frondosa. Nem dá sombra, nem encosto. Aparentemente não tem serventia nenhuma. É o tipo de ser vivo daqueles que a gente olha e pergunta: Pra que Deus colocou no mundo um troço desses? Por outro lado, é uma planta extremamente resistente. Humildemente orgulhosa. Imponente. Inteligente. Só se enfeita em momentos muito especiais. Anunciando a chegada da chuva no sertão. Não se dobra, nem se quebra, com pequenas ventanias. Sobrevive em climas áridos e adversos. Em seu interior armazena água. E produz frutos que são consumidos crus em épocas de escassez. Em suma, é formado por uma casca grossa e espinhenta, que não permite que qualquer um se aproxime, mas por dentro é totalmente fluida. E só trará benefícios pra quem souber cuidadosamente se achegar, e tiver os artifícios certos para se aproveitar de tudo que ela poder oferecer. Definitivamente não sei o que a frase significa. Mas prefiro acreditar na minha versão da história.

Aquele do pesadelo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Porque não tem nada mais desumano que destruir o sonho de alguém. Tinha aquele cara, tinha aquela garota. Ele não era nem de longe o que ela esperava de alguém, mas ela tava naquela fase onde até o vento soprando emociona. E ele era aquele cara. Não, ele não tinha o peito coberto de pêlos, nem a voz grossa, estilo locutor de rádio. Sinceramente, de vez em quando, ele arrumava um sotaque de não sei onde, e desandava a falar bobagem. Enfim, era só um garoto. Não dava pra esperar mais que isso. Sem vícios, sem manias, cheio de disposição, totalmente pronto pra ser moldado. E ela tava ali, alimentando todas as fantasias. Porque sonhar ainda é de graça. Eis que, do nada, surge uma cueca de oncinha. Diga que não é verdade. Devia ter uma lei que proibisse os homens de usar cuecas de oncinha, zebrinha, bolinha, elefante ou qualquer coisa que o valha. É um atentado expresso contra a libido. Porque não há testosterona no mundo que resista a uma cueca de oncinha. Ela foi pra casa. Pensou nos pesadelos que teria com aquela cena. E perguntou a Deus o que fez de tão errado pra passar por isso.
Amigaaaa. O bom mesmo é rir da vida.

A bailarina e o super-homem

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


O Super-Homem.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Minha mãe conta que planejou que o primeiro filho fosse um homem, e que logo em seguida teria uma filha, pra que o primeiro tomasse conta. Acho que ela nunca imaginou que daria tão certo. Num dia de agosto (de um ano em que o Brasil perdeu a copa mundial), no Hospital Português, em Recife, nasceu um leonino. A freira do hospital profetizou que, em um ano, minha mãe estaria de volta. Bem, um ano, um mês e uma semana depois, no IPE, em caruaru, nasceu uma virginiana. Segundo os astros, a relação entre esses dois seres, é uma das mais desastrosas do zodíaco. Não que eu acredite cegamente no zodíaco, mas também não posso dizer que eles estão de todo errados. Engraçado como nós nunca nos permitimos apelidos. Eu nem posso te culpar se algum dia você quis tomar minha chupeta, afinal você ainda era um bebê, e eu cheguei pra invadir o teu espaço, te fazendo dividir um colo que era só teu, roubando a atenção que era dirigida toda a você. Isso é imperdoável. O fato é que passamos a maior parte das nossas vidas juntos. E embora, às vezes, seja até difícil admitir, você tem cuidado de mim todo esse tempo. Talvez, nem sempre da melhor maneira, mas é do teu jeito, meio esquisito, ora calado, ora fazendo dicursos e proclamando tuas teorias. Certo que o leonino, dono da verdade, senhor da razão, me tira do sério, e isso é motivo pra inúmeras discussões (espero que um dia você entenda que não precisa estar certo sobre tudo, é humanamente impossível). Mas os sentimentos que permeiam a nossa relação são muito mais fortes que os astros. Existe uma cumplicidade que nos une. Admiro e, de certa forma, até invejo a tua determinação, equilíbrio e inteligência (agora ninguém pode com você). Você sempre será meu irmão mais velho, mais carrancudo, mais chato, e que eu amo tanto. Meu irmão que dançou comigo todas as “quadrilhas”, que tentou fazer de mim uma craque das peladas futebolísticas no terraço lá de casa, me colocando pra completar o time, que ia comigo pra escola de bicicleta, às vezes, me levando no bagageiro, que me fazia brincar de carrinho. Meu irmão que sempre me defendeu, que no fim das contas, me entendeu. Houve um tempo em que eu era a bailarina e você era o super-homem. E nós sempre estávamos de mãos dadas. E tudo era tão mais fácil. Às vezes, parece que faz tanto tempo. A bailarina está perdendo a elasticidade, o super-homem apresenta seus primeiros fios brancos. Sinceramente, em alguns momentos, sinto falta de você cuidando de mim. E nessas horas, o que me alegra é saber, que mesmo que o tempo esteja passando, sempre que eu estender a mão, eu vou encontrar a tua pra segurar.

Sobre o amanhã.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Se o amanhã dependesse só de mim, o hoje seria diferente. Se o meu amanhã dependesse somente de mim, hoje eu não estaria aqui. Porque se o meu amanhã dependesse única e exclusivamente de mim, hoje, provavelmente, eu estaria com você.

Aviso aos navegantes

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O título desse blog define exatamente a que ele se detina: Escrever bobagens. É uma forma que encontrei de exteriorizar e compartilhar com os amigos coisas que eu sinto, acontecimentos corriqueiros que me chamam atenção de alguma maneira, e a forma como percebo esse fatos. Alguns leitores se identificam, outros se projetam, pouquíssimos entendem. Geralmente aqueles que contribuem direta, ou indiretamente, com as idéias dos textos. Tudo aqui é uma coisa da Katita, Katinha, Katucha, Tatí, ou como preferirem, sem maiores pretenções.
Então, aos amigos e colaboradores deixo beijos, abraços e os sinceros agradecimentos por todo carinho e por perderem o precioso tempo da vida de vocês copartilhando das minhas bobagens. Aos desavisados e maldosos, deixo a frase de um amigo: "Minha vida é uma série de feitos fantásticos, a respeito dos quais eu tenho muitas revelações profundas...Mas francamente, nada disso é da conta de vocês." " A maldade está nos olhos e na mente de quem lê, não de quem escreve." E tenho dito.

Basta-me saber que eles existem.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sabe aquele texto: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos. Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências… Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... Vinícius é foda. Tem como não concordar? Ainda que meus amigos sejam, também, meus amores. Porque só um amigo pra fazer a tua vida cheia de cor. Tem aquele que te manda um e-mail solidário por você ter sido assaltada nos primeiros dias em uma cidade estranha, e também aquele que simplesmente te oferece um bombom pra passar o susto. Tem aquele que fica no MSN contigo, até as 4 da madruga, em pleno feriado de páscoa, tomando vinho, comendo castanha e filosofando sobre o nada. Tem aquele, que é teu vizinho, que te dá carona todo dia pro trabalho, escuta tuas crises existenciais, vai contigo ao supermercado, farmácia, padaria e te deixa tomar banho no chuveiro quente dele, quando o teu tá quebrado e tudo o que você precisa é de um banho e cama, depois de um dia frio e cansativo de trabalho. Tem aquele que te traz uma sopa e uma canjica quando você tá muito cansada pra fazer qualquer coisa. Aquele que quando teu teto desaba, se compadece, te manda tomar um banho e descer pra que ele te prepare alguma coisa pra comer. Ou aquele que pelo telefone te chama de sem teto, tudo bem, rir é sempre o melhor remédio. Aquela que afunda os pés na lama contigo, te oferece ajuda com o trabalho no fim de semana, e canta pra alegrar o ambiente. Tem aquela que te faz morrer de rir imitando a professora da academia. Tem aquela que vai te visitar quando você não consegue mais ir a lugar nenhum. E aquela que marca a tua consulta no médico quando você não tem mais tempo nem pra pensar. Aquele(a) com quem você discute todas as relações, não a dos dois, mas a de cada um com os outros. Aquele que manda você se jogar. Aquele que manda você ter cuidado. E aquele que não só te manda, como também se joga contigo, te ensina e te ajuda a viver. Tem aquele com quem você “carpemdia”. Aqueles que se apaixonaram por você quando criança e só declararam quando estavam prestes a casar. Aquele outro, por quem você se apaixonou quando criança. E aquele que você conheceu dia desses, em dois dias ficou sabendo quase tudo da vida dele, em três se apaixonou, em quatro foi embora, mas tudo bem, porque a amizade ficou. Tem aqueles de quem você, além de amiga, é terapeuta, se bem que todo amigo é um pouco disso. Os mesmos que desviam um caminho de quase 80 km pra te levarem a um luau com a galera. Aqueles que sempre bolam alguma programação para o fim de semana. Tem aquele que te liga pra saber as novidades, mesmo tendo falado contigo a menos de duas horas, porque, pra ele, isso é tempo suficiente pra muita coisa acontecer, principalmente na tua vida. Aquele que te pergunta se você fez boa viagem e te dá um beijo de boa noite. Aquele que te pede um abraço quando tá carente, e você não pensa duas vezes pra cair naquele abraço apertado. Aquele a quem você simplesmente abraça, porque o abraço de um amigo é tão gostoso e quentinho. Aquele pra quem você chora tuas pitangas, acerolas, e uma salada de frutas inteira. Aquele que te incentiva a estudar, porque sabe do que você é capaz. Aquele que planeja mil viagens contigo, que um dia, vocês não sabem quando, mas vão realizar. Aquele que tem paciência pra te ensinar sobre investimentos. Aquele que pergunta o que há de errado e como foi teu dia. Aquele que aproveitou contigo todos os carnavais. Aquele que te entende quando nem você consegue se entender. Aquele que passa o dia todo te aperreando e discutindo contigo, mas quando tá longe sente a maior falta. Aquele que não quer que você vá embora. E aquele que, quando vai embora, faz teus olhos se encherem de lágrimas. Aquele que diz: “Não diga nada”, porque nenhuma palavra é suficiente para expressar o pensamento. E aquele que diz: “não me olhe assim”, porque só um olhar é suficiente pra dizer tudo. Tem aqueles com quem você conversa o tempo todo. Aqueles com quem você não fala nada, e ainda assim a companhia é prazerosa. E aqueles a quem você desejaria ver mais vezes pra bater um papo. Sendo bem egoísta, amo meus amigos porque eles são meus amigos. Do jeito louco e peculiar de cada um. Amigos a quem reencontrei, depois de muito tempo distante, amigos de longa data, que se mantém por perto, feito anjos da guarda, mesmo quando eu insisto nessa minha vida cigana, de não prender a ninguém e a ninguém me prender, novos amigos por quem o sentimento é cultivado um pouquinho mais, todo dia. Feliz dia do amigo. Sempre.

Home sweet home

domingo, 21 de junho de 2009

Hoje eu fiquei pensando sobre o que leva uma pessoa resfriada a fazer uma viagem de ônibus, durante oito horas (que de carro duraria apenas a metade), ouvindo a conversa fiada de pré-adolescentes que só falam gritando, choro de criança, piadas de marmanjos, os olhos ardendo, o frio do ar-condicionado, as inúmeras paradas, o sobe e desce de gente, três pisões no pé, o pitiii de um homem, só porque sentaram na sua poltrona, a grosseiria de outro que sentou na poltrona, equivocadamente, e todas as outras coisas as quais os viajantes de ônibus têm que se submeter. Quando cheguei finalmente ao meu destino, descendo do ônibus, ouvi o assobio característico do meu pai, aquele assobio que eu reconheceria em qualquer lugar. Aquele que fez meu coração encher-se de alegria e alívio. Que transbordaram com o abraço apertado. No caminho pra casa, as notícias corriqueiras: a decoração da cidade pra festa de São João, o trânsito difícil. Mais um abraço apertado, agora o da minha mãe, que ficou terminando de preparar o jantar. O cuscuz com carne guisada, delicioso, e olha que eu nem gosto de cuscuz. Agora as notícias gerais. Como anda a vida, a casa, o trabalho? Tá se alimentando direito? Não vamos a festa, estamos muito cansados, preferimos ficar em casa. Só eu e eles, as pessoas a quem mais amo nessa vida. Aqui o teto é seguro, o clima é ameno, a água do chuveiro não é gelada, a comida é feita na hora, sempre tem vitamina "c" na farmacinha do banheiro e o mais importante de tudo, sempre existe aquele cafuné. Ele me leva pra ver o carro quase novo. Me faz liga-lo e experimenta-lo, como se isso tivesse realmente importância, porque já consultou os meninos, além do mais, eu não entendo nada de válvulas e cilindradas. É a maneira que encontra de me incluir no grupo dos "caras". Amo esse homem. Depois ela vem. Mostro todas as minhas novas aquisições no quesito moda e beleza. Conversamos sobre o fim da faculdade. Ela pergunta sobre o príncipe. Respondo, entre risos, que ele ainda não se apresentou, sempre atrasado. Ainda não é a hora, diz profeticamente. Amo essa mulher. Beijos de boa noite e até amanhã. Como é bom estar em minha CASA. Tá explicado.

Old habits die hard

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sou metade delírios e a outra, mistérios.

O meu coração.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

"O meu coração cafona, quando se apaixona fica tão clichê. Corta os pulsos no chuveiro. Escreve no espelho: I love you você! Coração tão brega, sempre que se entrega, fica tão vulgar. Jura que é virgem, desmaia de vertigem, só pensa em namorar. O meu coração ciumento, é um bicho tão briguento, leva bem a fama. Depois se esquece e quando amanhece, diz que te ama. Coração ridículo, paga qualquer mico pra não ficar triste. Chora de vontade, morre de saudade de dançar samba com twist. Coração papa tudo. Coração chavão. É cego, surdo e mudo. Coração babão!"

Rita Lee

É verdade.

Papo de mulher.

Agora eu quero alguém que compartilhe toda essa paixão que eu sinto por mim.

Um pouco de cinza.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Certo que eu passei na fila da emoção duas vezes, mas teto caindo é um pouco demais.
Deusss! Menos, por favor. Bem menos!!!

Os tons de cinza.

domingo, 17 de maio de 2009

Na vida, nem tudo é branco e nem tudo é preto, existem também os tons de cinza. Tenho ouvido essa frase com uma certa constância, e me peguei pensando que, a não ser por uns breves momentos, a minha vida é emocionante demais para os tons de cinza. Cinza é sóbrio demais, é neutro demais, é tranquilo demais, é cinza demais. Igual a dia de chuva fina, em que você só quer ficar embaixo do cobertor, ouvindo os pingos de água cairem no telhado, sem maiores emoções. Eu passei na fila da emoção duas vezes. Prefiro o verde nos teus olhos (dos quais já falei tantas vezes) e todos os sentimentos que me tocam a alma, alegria ou tristeza. Prefiro mergulhar no azul do mar, pintar todo o azul do céu e encher o universo da vida que eu quis pra mim. Prefiro o vermelho dos beijos, que quase me queimam. Ou o vermelho dos velhos olhos, que enganam, sem querer, que parecem claros, frios, distantes e não têm nada a perder. Prefiro o yellow das estrelas, brilhando por mim e por tudo o que eu faço. O amarelo do submarino, vivendo sob as ondas. Prefiro a luz do sol, que doura a areia, que a folha traga e traduz em verde de novo, em folha, em graça , em vida, em força, em luz. Prefiro clarear muito mais, e me encantar pela cor lilás. Prefiro a cor do luar do sertão. Prefiro o moreno do corpo, delgado, da cor do pecado, que faz tão bem. Prefiro provocar, com a cor de rosa choque, ser a bela e fera, com um sorriso de quem nada quer. Prefiro o dia branco, se branco ele for. Esse tanto e esse canto de amor. Prefiro ser a ovelha negra da família. Prefiro o frágio, feio e aflito flicts. Prefiro quando tá escuro, e ninguém me ouve, ninguém me vê, e eu enxergo melhor. Me arrisco até a dizer que prefiro quando tá escuro, porque quando tá escuro tanto faz que cor tem, porque o preto é a ausência de luz. Prefiro o branco que é a mistura de todas as cores, que decomposto, por meio de um prisma, origina o arco-íris. Prefiro colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto, a maltratar meu coração.Os tons de cinza, raros e preciosos momentos em que eu consigo acalmar meu coração.
"Pedro Henriqueeee, você quer apanhar?" Estou eu caminhando tranquilamente no shopping, quando escuto essa indagação de uma mãe ao Pedro Henrique, que devia ter os seus 4 anos de idade. Olhei pra Pedro Henrique e ri. Ele sorriu de volta. Não. Ele não queria apanhar. Nenhuma criança quer apanhar. E eu queria saber por que as mães insistem em perguntar isso. Será que elas realmente esperam uma resposta? Não, mãe. A menos que Pedro Henrique já seja uma criança cheia de seqüelas, eu duvido muito que ele goste de sentir dor. Então pare de perguntar.

Momento Besteirol Plus

http://www.euquerohughjackmanláemcasa.com.br/
Vendo uma pessoa daquelas , a gente realmente pensa como a vida é injusta.
Ow rapaz, dá uma pena.

Mamiiii, para você.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Alô mamãe!

É ela. E aquele sorriso que só ela sabe dar. Aquele em que os olhos ficam pequenininhos. E aquele jeito de olhar de lado, levantando a sobrancelha, dizendo: “A quem você pensa que está enganando?”. É ela. Que é tão humanamente perfeita, até onde o humano pode ser perfeito. Ela que tem o super poder de ler meus pensamentos. Que escuta, ali, quieta e pacientemente, todas as minhas crises existenciais, porque sabe que elas nunca duram mais que algumas horas. Ela que canta desafinado, inventando rimas desconexas. Ela que chora comigo quando eu choro. Que me abraça quando estou triste, e me abraça quando estou alegre. Ela que me dá força pra seguir adiante, mesmo que seguir adiante signifique estar fisicamente longe dela. Ela que dança comigo na rua. E me manda uma mensagem pra dizer o quanto eu estava linda. Ela que é minha maior inspiração, de quem tanto me orgulho. Ela, de quem a genética me fez carregar o tipo sanguíneo, as bochechas enormes, entre tantas outras coisas. Ela que faz tranças no meu cabelo e me chama de flor de formosura. Ela que conseguiu encarar a morte e voltar ainda mais viva. Ela a quem eu magoei tantas vezes. E que me perdoou todas as vezes, mesmo naquelas em que eu não pedi perdão. Ela que é a única que entende os dias em que estou muito, muito irritada. É ela, e aquele jeito de acolher todo mundo, de escutar todo mundo. Ela, para quem eu serei sempre a sua princesa, porque ela será sempre a minha bela rainha. O que posso mais dizer senão que amo essa mulher. Amo aquele amor incondicional. Aquele amor só por ser você quem é e eu quem sou. Aquele amor. Só amor.

De mãos dadas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Se eu tivesse que segurar as mãos de alguém seriam as suas. Aliás não imagino alguém que em sã consciência, consiga recusar as tuas mãos. Mas é que eu preciso de alguém que estenda as mãos pra mim primeiro, para que eu possa segurá-las.

Decifra-me ou te devoro

Uma obra de arte estranha aos olhos de um leigo, do tipo que só sabe que a obra é de um autor porque consegue ler o nome do fulano. Mas quando essa arte é interpretada é vista com os olhos da Sabedoria, Fidelidade, Amizade, Paixão e Paciência, é a mais magnífica do mundo. Essa arte que é para poucos e bem selecionados admiradores.
*Definição feita por um amigo.

About me...

Tão simples, que chega a ser complexa.
Tão complexamente simples.
Tão simplesmente complexa.
Alguma dúvida?

Eu mesma.

Filosofia pura.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dar é dar demais e ficar vazio.

Lisbela - Los Hermanos

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Eu quero a sina de um artista de cinema
Eu quero a cena onde eu possa brilhar
Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo
Um beijo imenso, onde eu possa me afogar
Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte, eu quero a sorte
Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Pra me danar, por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Ser o primeiro, ser o rei, eu quero um sonho
Moça donzela, mulher, dama, ilusão
Na minha vida tudo vira brincadeira
A matinê verdadeira, domingo e televisão
Eu quero um beijo de cinema americano
Fechar os olhos fugir do perigo
Matar bandido, prender ladrão
A minha vida vai virar novela
Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela
Eu quero o mar e o sertão
Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela
Eu quero o mar e o sertão"

Eu quero...

Sobre o príncipe.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ahhh! O príncipe. Uma vez, um amigo, que um dia foi um namorico que não deu certo, obviamente, me perguntou se eu passaria a vida esperando que o meu príncipe encantado venha em seu cavalo branco, pra me levar embora. Eu respondi que sim. Não importa que ele venha a pé, de trem, ônibus, metrô, num cavalo (o peito nu, cabelo ao vento, igual à música) ou num carro branco, preto, prata ou roxo com bolinhas amarelas. Contanto que ele venha. Pensando bem, o peito não precisa estar nu (a menos que seja um dia bem quente, pra que ele não pegue um resfriado), contanto que carregue um coração disposto a amar e receber amor. O cabelo ao vento é bom. Nada de cabelos na escova, na chapinha, no máximo um gelzinho. Reservo-me o direito de ter um príncipe com cabelos desgrenhados e barba por fazer. Adoooro. Também não precisa ser o modelo da perfeição e beleza. A calça dele também não pode ser mais apertada que a minha (por sinal, que modinha, hein?!). Bom humor e inteligência sim, esses são indispensáveis, porque depois de um tempo o que resta é a conversa. No mais, meu príncipe precisa me querer, tanto quanto eu o quero. E o mais importante de tudo: precisa me encontrar e mais que isso, precisa me reconhecer. Porque às vezes tenho a impressão que o GPS do cavalo deu defeito, ou que o meu príncipe tem um pequeno problema de senso de direção. Talvez a pata do cavalo tenha quebrado, ou o pneu furou, ocasionando um inevitável atraso. Talvez no meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho... Vai saber. Certo que hoje, um príncipe decente é uma raridade, mas, definitivamente, não sou obrigada a aceitar qualquer sapo que apareça no meu caminho. Então eu esperarei.
Um dia a gente se esbarra...

Era uma vez...

domingo, 19 de abril de 2009

Toda vez que vejo essa introdução meu coração, que eu continuo dizendo que é muito bobinho, bate tão acelerado. É que cada começo de uma nova história, traz consigo um mundo de possibilidades. Mesmo que em algum momento você tenha a sensação (e cá pra nós, todo mundo já teve essa sensação) de que já viu esse filme antes. Existe sempre a possibilidade, e você se sustenta firmemente nela, crente, feito beata no pé do altar em dia de novena, que dessa vez vai ser diferente, dessa vez a mocinha não vai chorar tanto, dessa vez o príncipe não vai demorar a chegar, não existirá dragão, nem sogra, quero dizer, bruxa com espelho malvado, nem um bando de mulheres fofoqueiras e invejosas tantando roubar o príncipe, nem sete anões que não servem para absolutamente nada. Dessa vez não, dessa vez vai ser diferente, a fada não vai se atrasar, o cupido não vai errar e eles vão só se conhecer na fila do cinema, da padaria, ou do supermercado, vão se olhar, se apaixonar e viverão felizes para sempre. O problema é que quem inventou essa história de conto de fadas, era fã de um drama. Aí lascou tudo. O princípe geralmente, não só atrasa anos, como ainda vem sequelado, a princesa vira uma neurótica achando que todo homem que aparece é o príncipe, e quando encontra o de verdade, discute tanto a relação (já por causa da demora dele), que o coitado vai embora na primeira oportunidade a ainda grita: Réu, réu. Comigo não, violão!!! Não há fada ou cupido no mundo, por mais eficiente que seja, que dê jeito. Ainda assim eu acredito em contos de fadas, embora acredite também, que o meu tá mais pra uma história sem fim, é praticamente uma seqüência de fatos confusos que se repetem. As cenas dos próximos capítulos eu até já prevejo, mas continuo acreditando que depois do era uma vez...
Sempre haverá uma nova possibilidade.

Sobre princesas e príncipes.

Esta é uma série de contos sobre princesas e príncipes. Acredite você ou não em contos de fadas, o fato é que esse tipo de narrativa curta, transmitida através de gerações, que ganha novas conotações a cada época, sempre causou em mim um efeito indescritível. A dualidade sempre presente, a luta entre o bem e o mal, todos os encontros e desencontros entre o herói e a heroína para chegar finalmente a um final feliz. O tempo ta passando, é verdade, e com toda a crueza do mundo, eu ainda acredito em fadas. Como diria um grande amigo meu, que nem sabe o quanto sua amizade é importante pra mim: Sonhar nesse país ainda é de graça.

Poética

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando."

Amanhã é amanhã...

Recado direto ao coração.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Duda - Igual a Duda da novela - como ela disse, tinha cabelos curtos e cacheados. No auge dos seus sete anos incompletos, extremamente à vontade nos questionamentos próprios de quem ainda tem um mundo inteiro pra descobrir. Dona de um sorriso lindo, sem os dentes da frente, que ela também explicou que tinham caído há pouco tempo, porque somente nessa fase, um sorriso banguela é bonito.
Pelo reflexo do espelho, a mulher percebeu que a pequena não parava de olhá-la e, sem conter o riso, se dirigia a mãe, numa mistura de euforia e curiosidade. Muito boa esse prerrogativa que têm as crianças. Simplesmente fixam o olhar quando algo lhes chama atenção, sem que por isso sejam censuradas. A gente até tenta, mas não consegue. Ainda não adquirimos as técnicas e disfarces próprios do mundo adulto.
Voltou-se para a menina e disse: “Quando eu tinha a sua idade, parecia com você”. Aquilo bastou para Duda derramar aquele sorriso.
- Você parece Rakelli, da novela! - falou a menina.
- Obrigada! Vou tomar isso como um elogio.
Depois de folhearem algumas revistas, onde Duda perguntava sobre todas as personalidades famosas da TV, mais um disparo:
- Você não pinta o rosto!
- Não – respondeu sorrindo.
- Eu acho que você devia pintar mais o rosto.
- Por quê?
- Porque vai ficar ainda mais bonita, mais parecida com Rakelli.
- Ah tá - Só então a mulher reparou que a garotinha tinha seu rosto levemente maquiado.
- Você devia cortar o cabelo curto também, igual ao meu.
Definitivamente, apesar do cabelo de Duda ser muito bonito, cortar o cabelo curto estava fora de questão.
- Você tem uma filha?
A pergunta causou espanto.
- Se eu tenho uma filha?
- Sim, você tem uma filha?
- Não. Não tenho.
- Quando você casar, você vai ter uma filha.
- Amém, Duda.

Música...

sábado, 11 de abril de 2009



Essa música... Me faz querer sair rodopiando. A melodia é perfeita. Pura fantasia. Me faz sorrir, aquele sorrisinho bobo, que pouquíssimos reconhecem. Perfeita.

Exagero

"Tudo em exagero faz mal, até juízo."

Filosofando 1

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Relacionamentos são fáceis"(Será?!). Difícil é definir o que sentimos quando nos relacionamos. Como saber definir amor, paixão, atração, comodismo? Podemos amar várias vezes, em tempos e modos diferentes? Podemos "construir" o amor, de tanto que desejamos senti-lo? E por que danado eu tô me pergutando isso, uma hora dessas da madrugada? Eu não posso simplesmente ficar feliz com os pequenos milagres que me acontecem todo dia? Com as pessoas que vem e vão, e que um dia voltam, ou não. Eu posso simplesmente ficar feliz com a própria felicidade. Como quando você vê um bebê no ônibus e ele te sorri, com aqueles olhos redondos e as bochechas rosadas, olhando por cima do ombro da mãe, cheio de curiosidade, sem ter a menor noção sobre a crise mundial. Ficar feliz comigo mesma, sem precisar "ter uma pessoa" pra me sentir viva. É porque eu tenho essa mania de questionar tudo. E como se isso não bastasse, para me trazer noites de insonia, eu ainda insisto naquela outra mania de me expor demais. Porque chega uma hora que, ou você se expõe, mete a cara, sem medo de ser feliz (ou não), ou você foge. E eu, tão tolinha, meto a cara, e muitas vezes, confesso, meto a cara na parede. Só nessas horas descubro, o que pode não ser o meu maior aliado, mas que ajuda pra caramba, a capacidade de sorrir da minha própria desgraça. Sorrir, isso basta.

Filosofando...

Sorria só para as pessoas certas.

Resposta

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Quando você pergunta a alguém que viveu praticamente o século XX inteiro, com todas as suas mudanças, revoluções e inovações:
- Vó, em toda sua vida, do que é que você sente mais saudades?
- Ah minha filha!... É do meu "véio"...
Um suspiro, silêncio e grossas lágrimas caindo dos olhos daquela jovem senhora.
Aquele nó na garganta, um aperto no peito.
Algumas coisas não tem explicação.
Aquela resposta tão simples e sincera, me fez ver que, de alguma forma, investir continua valendo a pena.
Obs: Vó agora está com o "Véio" dela em algum lugar nesse mundo de Deus. Assim espero.

Declaração do Amante Anarquista:

quarta-feira, 1 de abril de 2009

" Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários."

AME E DÊ VEXAME

Definição...

Terrivelmente prática e divinamente romântica.

Bolsa de valores.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Relacionamentos são como a bolsa de valores. Um dia as ações estão em alta, em outros, elas caem vertiginosamente. Todo dia, você se arrisca a ganhar ou a perder uma grande fortuna. Porque todo relacionamento deixa uma “herança”. Guardamos um pouco da outra pessoa, mas deixamos que ela leve embora um pouco do que somos: dos nossos anseios, dos nossos sentimentos, das nossas ilusões. Algumas vezes, mesmo com o fim, o saldo é positivo, contabilizamos as baixas e só seguimos a diante. Outras vezes, perdemos muito mais do que podíamos, precisamos de um tempo para nos recuperarmos do “crack” e criarmos a coragem devida e o “capital emocional” necessário para investir novamente. Em cada esquina encontramos um novo tipo de investidor. Tem aqueles que investem a longo prazo. Estudam o mercado e todas as possibilidades, se baseiam em acontecimentos, ponderam os fracassos e sucessos passados, estabelecem metas, apostam num futuro promissor e pra isso planejam cada passo, consideram cada detalhe. “Arriscam calculadamente”, depositando em partes, seus sentimentos e desejos, na esperança de que não percam muito, e de que um dia eles sejam recompensados por todos os seus esforços, todo o tempo e a paciência que tiveram que demandar nesse árduo processo. Também tem aqueles imediatistas que seguem a intuição, ou qualquer coisa que o valha, simplesmente (se) arriscam, ganham e perdem um pouco a cada dia. Não agüentam esperar o amanhã, porque a vida é muito curta pra esperar, e hoje você pode perder a chance da sua vida. Aqueles que apostam seus sentimentos de uma vez, todos os dias. Uma coisa é certa, nesse negócio, seja você quem for, tudo é risco. As chances de se perder (e perder-se), de sofrer grandes avarias, são tão grandes quanto as chances de se ganhar momentos riquíssimos, sensações indescritíveis. Então, sendo os relacionamentos um negócio tão arriscado, por que continuamos investindo?

Sentindo Borboletas...

Porque na verdade, você ta ali vivendo a tua vida, quietinho, sem prender ninguém e a ninguém se prendendo, comendo bem, dormindo tranqüilo. Aí vem aquela sensação indefinível, feito mistura de doce e salgado, que você não sabe se gosta ou desgosta. O pior, ou melhor, é que isso causa uma dependência quase física. As borboletas. Como viver uma vida inteira sem elas? E quando você sente, aquela alegria desgovernada e torturante, como não querer sentir de novo? E o coração, coitado, que nunca sobreviveria a tanta sístole e diástole, fica meio perdido, nessa de se esvaziar e se encher de sentimento, e se culpa, por insistir em gostar das borboletas...

Crise??! Nem existencial.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Algumas vezes me surpreendo pensando,
Em outras, penso e me surpreendo,
Porque quando penso que me conheço,
Me pego fazendo coisas que num momento eu não faria,
Aí já não me conheço mais.
O bom é ver o espanto e a satisfação que isso me causa.
No meu eterno aprendizado,
Nunca sei o bastante...

Aquele do casamento...

Um dia surreal. ”Se eu não fosse casado, agora eu iria pra casa com vocês”. E a frase se repete: seria trágico, se não fosse cômico. Casamento é sempre aquela história. Naquela noite senti uma falta danada dele. Foi estranha a presença da ausência, do “não voltar pra casa”.

Single

quarta-feira, 11 de março de 2009

É aquela vida que sempre pediu a Deus. O armário e a geladeira cheios de comida quase pronta: congelados, embalagens “for single”, algumas frutas e verduras, nada que exija muito trabalho, porque o fogão é utensílio quase decorativo. Bom mesmo é o microondas (sem hífen, porque ainda não estudei a nova gramática da língua portuguesa) né pai?! Resolve tudo rapidinho. Sem hora pra chegar ou pra sair. Todos os passeios e baladas. Sem hora pra dormir. Sem hora pra arrumar aquela bagunça organizada. Sem ninguém pra dar satisfação, sem ninguém pra pegar no teu pé. Sem ninguém pra ouvir tuas histórias no final do dia e os sonhos engraçados que você tem, que mais parecem roteiros de cinema. Sem ninguém pra preparar uma comidinha gostosa. Sem ninguém pra colocar a mão na tua testa durante a noite pra ver se você está com febre, ou te fazer um chá com limão, mel, canela e alho. Sem ninguém pra te ajudar com as compras de supermercado, ou quando você tem aquela dúvida cruel entre o azul-piscina ou o azul-turquesa. Sem ninguém pra dar bom dia quando acorda. Sem beijo de boa noite e até amanhã...

Just goofing around...

terça-feira, 10 de março de 2009

Goofing around é quando dois amigos que se gostam e se preocupam um com outro, têm uma incrível afinidade sexual e querem passar mais tempo juntos. Se pra você isso tem outro significado, precisamos providenciar um dicionário melhor.

Friends, adoooro. :)

Filosofando...

- É porque toda mulher precisa de um homem pra dizer o quanto ela é bonita, inteligente e maravilhosa. Infelizmente, neste quesito não somos auto-suficientes. Isso é uma merda, mas é assim.
Muito a contragosto, tive que concordar com minha amiga, em mais um de nossos questionamentos sobre a Teoria Geral dos Relacionamentos Humanos.

Resquícios de Carnaval.

Em pleno sábado de Zé Pereira, ela subia e descia as ladeiras, patrimônio histórico e cultural da humanidade, que ferviam, ao som do Elefante, cantando bem alto, ou ensaiando cantar aquelas partes do hino que todo mundo sabe. Aliás, como dizem por aí, é uma falta de absurdo, uma pernambucana de corpo, alma, coração e nascimento não saber cantar o Elefante inteiro. Tudo bem. A alegria e o entusiasmo é o que conta. Todo aquele povo, aquele som, fantasias, cores. Ela brincou tudo o que podia, aquelas primeiras horas de muitas que viriam. Reencontrou amigos de longa data, desconhecidos íntimos, encontrou desconhecidos, amigos de folia. Ouviu algumas graças, umas realmente engraçadas, outras nem tanto. Já no fim do dia, com todas as forças exauridas, os pés, que já não obedeciam, desciam as últimas ladeiras, conscientes de que estavam a caminho de casa. Totalmente em êxtase...”Ele sente muito sua falta”. E quase acaba meu carnaval. Aquela frase parecia ter sido gritada num cânion, ficou ecoando, solta no ar. E pra onde ela virava ouvia o ressoar, de algo que, sendo verdade ou não, poderia ter sido dito em qualquer outro lugar, em qualquer outro momento. Ali não. Algo que ela até esperou e desejou ouvir em algum momento, ou não. Tudo parecia ter acontecido há tanto tempo. O amor que se transforma em bom dia. Mas ali, naquele dia de carnaval, o que é que ela poderia dizer? Aquele gelo na barriga. Na falta de algo mais interessante, enviou-lhe abraços e lembranças. E desejou do fundo do coração não ser causa de sofrimento para ninguém.
Não naquele dia de Carnaval.

Do que eu gosto...

sexta-feira, 6 de março de 2009

De deitar no colo da minha mãe e ficar passando o tempo, conversando sobre tudo, ou em total silêncio, sentindo suas mãos, enquanto elas fazem trancinhas (que eu adoro) no meu cabelo...

Do abraço do meu pai, aquele abraço sem jeito, que diz: te amo e vou cuidar de você pro resto da vida...

De passar um domingo chuvoso assistindo filmes e seriados, enrolada num cobertor, acompanhada de alguém que gosto (ou sozinha, que às vezes é necessário), comendo todo tipo de guloseima...

De ler um bom livro antes de dormir...(E entenda-se como "um bom livro", um conceito totalmente subjetivo, o que é bom pra mim, pode não ser pra você)

Das conversas depois das refeições em família, onde o congresso se reúne e decide o futuro da nação :)...

Do cafuné da minha avó, e do doce de leite com coco que ela faz e eu como com pipoca amanteigada Karitó...


De sentar em frente ao mar e ficar ouvindo o barulho das ondas, só curtindo a maresia...

De ouvir música e cantar e dançar na sala da minha casa...

De jogar conversa fora e filosofar com meus amigos...

Daqueles momentos em que gente se entende só no olhar...

De rir dos meus momentos desastrosos...

De chocolate e sorvete...

De beijos e abraços...

Do azul...