Resquícios de Carnaval.

terça-feira, 10 de março de 2009

Em pleno sábado de Zé Pereira, ela subia e descia as ladeiras, patrimônio histórico e cultural da humanidade, que ferviam, ao som do Elefante, cantando bem alto, ou ensaiando cantar aquelas partes do hino que todo mundo sabe. Aliás, como dizem por aí, é uma falta de absurdo, uma pernambucana de corpo, alma, coração e nascimento não saber cantar o Elefante inteiro. Tudo bem. A alegria e o entusiasmo é o que conta. Todo aquele povo, aquele som, fantasias, cores. Ela brincou tudo o que podia, aquelas primeiras horas de muitas que viriam. Reencontrou amigos de longa data, desconhecidos íntimos, encontrou desconhecidos, amigos de folia. Ouviu algumas graças, umas realmente engraçadas, outras nem tanto. Já no fim do dia, com todas as forças exauridas, os pés, que já não obedeciam, desciam as últimas ladeiras, conscientes de que estavam a caminho de casa. Totalmente em êxtase...”Ele sente muito sua falta”. E quase acaba meu carnaval. Aquela frase parecia ter sido gritada num cânion, ficou ecoando, solta no ar. E pra onde ela virava ouvia o ressoar, de algo que, sendo verdade ou não, poderia ter sido dito em qualquer outro lugar, em qualquer outro momento. Ali não. Algo que ela até esperou e desejou ouvir em algum momento, ou não. Tudo parecia ter acontecido há tanto tempo. O amor que se transforma em bom dia. Mas ali, naquele dia de carnaval, o que é que ela poderia dizer? Aquele gelo na barriga. Na falta de algo mais interessante, enviou-lhe abraços e lembranças. E desejou do fundo do coração não ser causa de sofrimento para ninguém.
Não naquele dia de Carnaval.

3 comentários:

Unknown disse...

Afff...o resto e o começo dessa historia deveria virar um livro...ou novela??rs

Katita disse...

Seria um best-seller :)

Estêvão disse...

Muito bom, espero que isso não tenha estragado esse dia de carnaval :P