Bolsa de valores.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Relacionamentos são como a bolsa de valores. Um dia as ações estão em alta, em outros, elas caem vertiginosamente. Todo dia, você se arrisca a ganhar ou a perder uma grande fortuna. Porque todo relacionamento deixa uma “herança”. Guardamos um pouco da outra pessoa, mas deixamos que ela leve embora um pouco do que somos: dos nossos anseios, dos nossos sentimentos, das nossas ilusões. Algumas vezes, mesmo com o fim, o saldo é positivo, contabilizamos as baixas e só seguimos a diante. Outras vezes, perdemos muito mais do que podíamos, precisamos de um tempo para nos recuperarmos do “crack” e criarmos a coragem devida e o “capital emocional” necessário para investir novamente. Em cada esquina encontramos um novo tipo de investidor. Tem aqueles que investem a longo prazo. Estudam o mercado e todas as possibilidades, se baseiam em acontecimentos, ponderam os fracassos e sucessos passados, estabelecem metas, apostam num futuro promissor e pra isso planejam cada passo, consideram cada detalhe. “Arriscam calculadamente”, depositando em partes, seus sentimentos e desejos, na esperança de que não percam muito, e de que um dia eles sejam recompensados por todos os seus esforços, todo o tempo e a paciência que tiveram que demandar nesse árduo processo. Também tem aqueles imediatistas que seguem a intuição, ou qualquer coisa que o valha, simplesmente (se) arriscam, ganham e perdem um pouco a cada dia. Não agüentam esperar o amanhã, porque a vida é muito curta pra esperar, e hoje você pode perder a chance da sua vida. Aqueles que apostam seus sentimentos de uma vez, todos os dias. Uma coisa é certa, nesse negócio, seja você quem for, tudo é risco. As chances de se perder (e perder-se), de sofrer grandes avarias, são tão grandes quanto as chances de se ganhar momentos riquíssimos, sensações indescritíveis. Então, sendo os relacionamentos um negócio tão arriscado, por que continuamos investindo?

Sentindo Borboletas...

Porque na verdade, você ta ali vivendo a tua vida, quietinho, sem prender ninguém e a ninguém se prendendo, comendo bem, dormindo tranqüilo. Aí vem aquela sensação indefinível, feito mistura de doce e salgado, que você não sabe se gosta ou desgosta. O pior, ou melhor, é que isso causa uma dependência quase física. As borboletas. Como viver uma vida inteira sem elas? E quando você sente, aquela alegria desgovernada e torturante, como não querer sentir de novo? E o coração, coitado, que nunca sobreviveria a tanta sístole e diástole, fica meio perdido, nessa de se esvaziar e se encher de sentimento, e se culpa, por insistir em gostar das borboletas...

Crise??! Nem existencial.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Algumas vezes me surpreendo pensando,
Em outras, penso e me surpreendo,
Porque quando penso que me conheço,
Me pego fazendo coisas que num momento eu não faria,
Aí já não me conheço mais.
O bom é ver o espanto e a satisfação que isso me causa.
No meu eterno aprendizado,
Nunca sei o bastante...

Aquele do casamento...

Um dia surreal. ”Se eu não fosse casado, agora eu iria pra casa com vocês”. E a frase se repete: seria trágico, se não fosse cômico. Casamento é sempre aquela história. Naquela noite senti uma falta danada dele. Foi estranha a presença da ausência, do “não voltar pra casa”.

Single

quarta-feira, 11 de março de 2009

É aquela vida que sempre pediu a Deus. O armário e a geladeira cheios de comida quase pronta: congelados, embalagens “for single”, algumas frutas e verduras, nada que exija muito trabalho, porque o fogão é utensílio quase decorativo. Bom mesmo é o microondas (sem hífen, porque ainda não estudei a nova gramática da língua portuguesa) né pai?! Resolve tudo rapidinho. Sem hora pra chegar ou pra sair. Todos os passeios e baladas. Sem hora pra dormir. Sem hora pra arrumar aquela bagunça organizada. Sem ninguém pra dar satisfação, sem ninguém pra pegar no teu pé. Sem ninguém pra ouvir tuas histórias no final do dia e os sonhos engraçados que você tem, que mais parecem roteiros de cinema. Sem ninguém pra preparar uma comidinha gostosa. Sem ninguém pra colocar a mão na tua testa durante a noite pra ver se você está com febre, ou te fazer um chá com limão, mel, canela e alho. Sem ninguém pra te ajudar com as compras de supermercado, ou quando você tem aquela dúvida cruel entre o azul-piscina ou o azul-turquesa. Sem ninguém pra dar bom dia quando acorda. Sem beijo de boa noite e até amanhã...

Just goofing around...

terça-feira, 10 de março de 2009

Goofing around é quando dois amigos que se gostam e se preocupam um com outro, têm uma incrível afinidade sexual e querem passar mais tempo juntos. Se pra você isso tem outro significado, precisamos providenciar um dicionário melhor.

Friends, adoooro. :)

Filosofando...

- É porque toda mulher precisa de um homem pra dizer o quanto ela é bonita, inteligente e maravilhosa. Infelizmente, neste quesito não somos auto-suficientes. Isso é uma merda, mas é assim.
Muito a contragosto, tive que concordar com minha amiga, em mais um de nossos questionamentos sobre a Teoria Geral dos Relacionamentos Humanos.

Resquícios de Carnaval.

Em pleno sábado de Zé Pereira, ela subia e descia as ladeiras, patrimônio histórico e cultural da humanidade, que ferviam, ao som do Elefante, cantando bem alto, ou ensaiando cantar aquelas partes do hino que todo mundo sabe. Aliás, como dizem por aí, é uma falta de absurdo, uma pernambucana de corpo, alma, coração e nascimento não saber cantar o Elefante inteiro. Tudo bem. A alegria e o entusiasmo é o que conta. Todo aquele povo, aquele som, fantasias, cores. Ela brincou tudo o que podia, aquelas primeiras horas de muitas que viriam. Reencontrou amigos de longa data, desconhecidos íntimos, encontrou desconhecidos, amigos de folia. Ouviu algumas graças, umas realmente engraçadas, outras nem tanto. Já no fim do dia, com todas as forças exauridas, os pés, que já não obedeciam, desciam as últimas ladeiras, conscientes de que estavam a caminho de casa. Totalmente em êxtase...”Ele sente muito sua falta”. E quase acaba meu carnaval. Aquela frase parecia ter sido gritada num cânion, ficou ecoando, solta no ar. E pra onde ela virava ouvia o ressoar, de algo que, sendo verdade ou não, poderia ter sido dito em qualquer outro lugar, em qualquer outro momento. Ali não. Algo que ela até esperou e desejou ouvir em algum momento, ou não. Tudo parecia ter acontecido há tanto tempo. O amor que se transforma em bom dia. Mas ali, naquele dia de carnaval, o que é que ela poderia dizer? Aquele gelo na barriga. Na falta de algo mais interessante, enviou-lhe abraços e lembranças. E desejou do fundo do coração não ser causa de sofrimento para ninguém.
Não naquele dia de Carnaval.

Do que eu gosto...

sexta-feira, 6 de março de 2009

De deitar no colo da minha mãe e ficar passando o tempo, conversando sobre tudo, ou em total silêncio, sentindo suas mãos, enquanto elas fazem trancinhas (que eu adoro) no meu cabelo...

Do abraço do meu pai, aquele abraço sem jeito, que diz: te amo e vou cuidar de você pro resto da vida...

De passar um domingo chuvoso assistindo filmes e seriados, enrolada num cobertor, acompanhada de alguém que gosto (ou sozinha, que às vezes é necessário), comendo todo tipo de guloseima...

De ler um bom livro antes de dormir...(E entenda-se como "um bom livro", um conceito totalmente subjetivo, o que é bom pra mim, pode não ser pra você)

Das conversas depois das refeições em família, onde o congresso se reúne e decide o futuro da nação :)...

Do cafuné da minha avó, e do doce de leite com coco que ela faz e eu como com pipoca amanteigada Karitó...


De sentar em frente ao mar e ficar ouvindo o barulho das ondas, só curtindo a maresia...

De ouvir música e cantar e dançar na sala da minha casa...

De jogar conversa fora e filosofar com meus amigos...

Daqueles momentos em que gente se entende só no olhar...

De rir dos meus momentos desastrosos...

De chocolate e sorvete...

De beijos e abraços...

Do azul...