O ócio

domingo, 11 de outubro de 2009

Ultimamente tenho pensado que a vida de solteiro exige movimento. O que pode torná-la bastante onerosa. Porque uma das piores situações para quem está solteiro é o ócio. O não ter nada pra fazer. Aquela história de mente vazia, casa do diabo. Porque é nessas horas que quase que instantânea e inevitavelmente vem aquela estranha sensação de querer ter alguém do teu lado. Sei lá pra quê?! Pra sair do ócio. Só pra ter com quem falar. Pra contar como foi teu dia. Pra saber que tem alguém que se preocupa, pra saber que você também se preocupa com alguém. Pra ganhar um abraço apertado. Ou simplesmente, pra ter alguém fazendo nada com você, achando que aquilo é a melhor coisa do mundo. Aí surge uma das mais perigosas combinações já inventadas pela humanidade: o ócio de uma pessoa solteira e o telefone móvel, com memória para mil números, inclusive os de todos os ex, atual(is), ou futuro(s). Sem contar aquelas mensagens antigas da caixa de entrada que insistem em continuar lá. Você olha para um lado, olha para o outro. Pega o telefone. Vai passando a lista até encontrar o nome, o que é uma mera tentativa de ganhar tempo, porque na maioria das vezes você sabe o número de trás pra frente. Continua olhando fixamente. Pensando no que danado você vai falar. Em que desculpa vai inventar para não parecer ridículo por ter ligado uma hora dessas. Então, você segue o conselho de um amigo e se segura. Agarra o travesseiro e fica bem quietinho, esperando que a vontade passe e que o sono chegue.

2 comentários:

Donas da Bijoux disse...

e antes de agarrar o travesseiro, please turn off the cel.

Ricardo Galvão disse...

Há uma lágrima no meu olho esquerdo depois de ler o conselho do amigo ;)
Brincadeiras à parte, recomendo leitura sobre compartilhamento de intimidade(budismo)
Um cheiro pra tu