Jesus disse:...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Seja educado. Esse foi só mais um dos momentos engraçados protagonizados por esta pessoa que vos fala (ou escreve, como queiram). Mais uma vez aquela sensação de talento desperdiçado. Não sei muito sobre o que Jesus disse de fato. Na verdade, até sei, mas procuro guardar pra mim as considerações sobre o assunto. O fato é que entre todos os ensinamentos, acredito que ser educado estava implícito (risos). Tem uma história de não julgar, isso eu sei que está lá, em algum lugar. Esse negócio de julgamento é complicado. Como seres humanos, ainda animais instintivos, antes de tudo, temos essa tendência a reagir, principalmente àquilo que não conhecemos profundamente. O que nem sempre acontece de forma positiva. Todos nós somos algozes e vítimas de conclusões precipitadas. Eu que o diga. Por isso é importante não se deixar influenciar pela primeira impressão. É graças a isso que você pode ser contemplado com algumas boas surpresas. Graças a isso, a não temer o novo, você pode vivenciar os circuitos alternativos da vida, com todos os seus universos paralelos. Graças a isso, e à mania que algumas pessoas têm de não desistirem daqueles seres aparentemente mais difíceis e complicados, porque conseguem extrair deles o que têm de melhor. Graças a isso você pode experimentar novas sensações. Não se enganem. Não to falando de nenhum tipo de substância que altera o seu humor, seja ela lícita ou ilícita. O final de semana foi só geração saúde. Teve à tarde de surf. Lá vai ela, garota bronzeada, aquela cor bonita de macaxeira descascada, 26 anos de praia, a prancha debaixo do braço, numa roupa que lhe cabia duas vezes. Depois de dois litros de água engolidos. Vai passando por vários extremos. O medo, sempre do desconhecido. A coragem, de enfrentar o medo, por se sentir capaz. O desespero, por achar que não iria mais conseguir. A perseverança, por pensar que era mais forte. Por fim, a vitória, por se manter de pé. A sensação de desafiar a si mesmo, e vencer. Muito bom. A melhor sensação de todas: olhar pro lado e ouvir as vozes distantes, aquela que te pedia calma e equilíbrio a todo o momento, e aquela que vibra e aplaude porque você conseguiu. Impagável. Indescritível. Teve o banho de mar à noite, na companhia de três amigos, um deles, o negão Juba, um labrador que mais parece de pelúcia, tirando as horas em que ele resolve fazer xixi nos desavisados sentados na areia. O cansaço e a fadiga depois do treinamento árduo foram compensados com uma rodada de pastéis clonados. Teve aquele mar. Aquele céu. Aquele sol. Teve a noite da comida japonesa e do açaí. Teve muita conversa jogada fora. Muita risada. Muito papo sério. Teve o doutor surfista, ou o surfista doutor. Teve o casal de adolescentes de 30 anos mais gente boa da região, uma japinha, com sotaque paulistino (mistura de paulista com nordestino), e um educador físico, que vive com um sorrisão estampado e faz piada o tempo inteiro, daquelas pessoas que você tem a sensação de conhecer há muito tempo. Teve uma família muito simpática e acolhedora, com uma vida em contato direto com a natureza. Teve um pouco mais sobre mim. Teve mais dois apelidos para a coleção. Papagaio e guaxinim. Um mais original que o outro. O primeiro por ser quieto e bonitinho, mas é só chegar perto que ele quer bicar, o segundo não obteve maiores explicações. Mas tá valendo. Tudo vale à pena quando a alma não é pequena. Então valeu. "Se permitir" é importante. Mais importante ainda é conseguir perceber os breves, porém intensos, momentos em que a felicidade se apresenta.

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