O Super-Homem.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Minha mãe conta que planejou que o primeiro filho fosse um homem, e que logo em seguida teria uma filha, pra que o primeiro tomasse conta. Acho que ela nunca imaginou que daria tão certo. Num dia de agosto (de um ano em que o Brasil perdeu a copa mundial), no Hospital Português, em Recife, nasceu um leonino. A freira do hospital profetizou que, em um ano, minha mãe estaria de volta. Bem, um ano, um mês e uma semana depois, no IPE, em caruaru, nasceu uma virginiana. Segundo os astros, a relação entre esses dois seres, é uma das mais desastrosas do zodíaco. Não que eu acredite cegamente no zodíaco, mas também não posso dizer que eles estão de todo errados. Engraçado como nós nunca nos permitimos apelidos. Eu nem posso te culpar se algum dia você quis tomar minha chupeta, afinal você ainda era um bebê, e eu cheguei pra invadir o teu espaço, te fazendo dividir um colo que era só teu, roubando a atenção que era dirigida toda a você. Isso é imperdoável. O fato é que passamos a maior parte das nossas vidas juntos. E embora, às vezes, seja até difícil admitir, você tem cuidado de mim todo esse tempo. Talvez, nem sempre da melhor maneira, mas é do teu jeito, meio esquisito, ora calado, ora fazendo dicursos e proclamando tuas teorias. Certo que o leonino, dono da verdade, senhor da razão, me tira do sério, e isso é motivo pra inúmeras discussões (espero que um dia você entenda que não precisa estar certo sobre tudo, é humanamente impossível). Mas os sentimentos que permeiam a nossa relação são muito mais fortes que os astros. Existe uma cumplicidade que nos une. Admiro e, de certa forma, até invejo a tua determinação, equilíbrio e inteligência (agora ninguém pode com você). Você sempre será meu irmão mais velho, mais carrancudo, mais chato, e que eu amo tanto. Meu irmão que dançou comigo todas as “quadrilhas”, que tentou fazer de mim uma craque das peladas futebolísticas no terraço lá de casa, me colocando pra completar o time, que ia comigo pra escola de bicicleta, às vezes, me levando no bagageiro, que me fazia brincar de carrinho. Meu irmão que sempre me defendeu, que no fim das contas, me entendeu. Houve um tempo em que eu era a bailarina e você era o super-homem. E nós sempre estávamos de mãos dadas. E tudo era tão mais fácil. Às vezes, parece que faz tanto tempo. A bailarina está perdendo a elasticidade, o super-homem apresenta seus primeiros fios brancos. Sinceramente, em alguns momentos, sinto falta de você cuidando de mim. E nessas horas, o que me alegra é saber, que mesmo que o tempo esteja passando, sempre que eu estender a mão, eu vou encontrar a tua pra segurar.

2 comentários:

maria da guia disse...

lindo!fiquei emocionada.Que Deus os abençoe e fortaleça essa amizade.

Katita disse...

Amém
Mamiii!

Nem preciso te dizer o quanto você é bem vinda ao meu mundinho.
Aqui quem manda é a senhora.
:P

Bjos