Parando de andar em círculos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Porque chega um momento em que você para, olha pra cima, e faz a velha pergunta: Por que eu? Ou melhor: Por que ele? Sim, porque tem sempre aquele cara. Aquele cara com quem você fez planos de uma vida inteira, ou de um mês de férias, aquele mesmo cara pra quem você fez juras de amor para sempre, ou apenas por uma noite de verão. Aquele cara por quem você se apaixonou um dia, sem vê pra quê. E que hoje você jura de pé junto que não foi você, porque só tendo fumado um sargaço muito estragado pra cometer tamanha insanidade. Aquele cara de tantas brigas e outras tantas voltas. Aquele cara que te fez chorar noites inteiras. Que te faz parecer uma louca gritando na rua. Que em algum momento te fez realmente pensar que você era paranóica. Que nunca te pediu em namoro, nunca te pediu em casamento. Que te deixou e noivou com outra. Que fraquejou, quando você mais precisou. Aquele cara que, simplesmente, num belo dia, sem ter a decência de olhar nos teus olhos, disse por telefone: Um dia a gente conversa. Aquele cara que depois de um ano sem sequer se dignar a falar contigo, assim, do nada, descobre que você é a mulher da vida dele. Aquele mesmo cara que te liga um mês antes do teu aniversário pra te dar os parabéns. Ou que liga pra vender um plano de telefonia móvel. Ou pior, liga pra dizer que vai enfrentar uma estrada de 130km só pra passar a noite contigo. Pois é. Esse cara com quem volta e meia você se depara, que mais parece um karma, que você tem carregar por uma vida inteira. Aí você pergunta: por que? Eis que entra a teoria do circuito oval, igual aqueles de Fórmula Indy. Dois carros partem juntos, mas em algum momento, um começa a desenvolver uma velocidade e abrir grande distância do outro. A partir daí, os dois só se encontram no momento em que o mais veloz, nesse caso você, ultrapassa o outro, nesse caso ele, repetidamente. Aí você só consegue vê-lo pelo retrovisor. Isso é extremamente frustrante. Mas você continua no circuito. Sem maiores emoções. Porque é seguro. Depois de algum tempo, você se acostuma com as curvas, e o máximo que pode acontecer, são algumas derrapadas em momentos de pressão ou por pura distração. É fácil. Antes vê-lo pelo retrovisor, que comer poeira. A culpa não é dele, não é sua, não é de ninguém. Não. Pensando bem, a culpa é muito sua. Que prefere andar em círculos. Que não se permite terminar esse GP, e partir para outra temporada. Ou até mesmo aventurar pelos enduros e off-roads da vida. Nada como a infinita highway, sem motivos, nem objetivos. Onde estar vivo é sobre tudo a lei. Experimente parar de andar em círculos. Às vezes, é necessário correr o risco do “não saber”. Trilhar caminhos desconhecidos. A próxima curva pode trazer uma grata surpresa.


E a filosofia de boteco continua com tudo.

5 comentários:

daniguedes disse...

e te juro..ela vale mais que qualquer terapia.

Até a próxima curva!

dani.

Unknown disse...

Amiga, acho que os crepes trouxeram grande inspiração.
rssssss

Raquel

Katita disse...

Não foram os crepes não, foi o vinho e a caipiroska mesmo. Tem que ter alguma substância que libere serotonina e que altere o humor e o estado emocional. kkkkkkkkkkkkkk

Ricardo Galvão disse...

Estou encantado! Não conhecia essa "Kasife" :)
Entendi agora o "escrevo melhor do que falo"
Parabéns! Desejo o sucesso que sei que você merece

Katita disse...

Quel e Dani, esse texto foi inspirado na Tríplice Aliança.
Por favor, vamos brincar de parar de andar em círculos!