Aquele sobre o futebol

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Antes que alguém mais perca tempo com comentários futebolísticos ou futeboleiros, como queiram, deixo registrado que foi-se o tempo em que eu sofria como torcedora do esporte nacional. Hoje, tal qual na política, deixo o assunto pra quem entende de verdade. Já joguei futebol (pelo menos tentei). Conhecia pelo nome, time e posição, muitos dos jogadores do campeonato estadual, nacional e, por que não dizer, internacional. Mas hoje, sinceramente, não me emociona tanto assim. Gosto de ir ao estádio, é divertido. Gosto de ver um jogo bem jogado, jogadores talentosos, times com técnica e tática. Mas sei perceber o momento onde se separam a diversão e a paixão. Não abro mão do senso crítico na hora de pontuar e reconhecer as falhas dos times. Do "meu" e dos outros. Não entendo porque as pessoas insistem em dar voltas sobre algo cuja graça, suponho, está em não se chegar a um consenso. Nada contra a disputa saudável. Mas hoje não se discute a superioridade de um time em campo. Depois do final de uma partida, se você quiser saber quem foi o melhor em campo, como foi aquele chute ou aquela defesa espetacular que você perdeu porque foi o escolhido pra pegar a cerveja na geladeira, esqueça. Recorra aos melhores momentos na TV, ou na internet. Para aqueles que se autodenominam torcedores, deixou de ter importância. Os comentários restrigem-se a acusações sobre quem se vendeu, quem subornou, onde mora o juiz que a torcida vai pegar. É macumba. É mala preta, rosa, verde, amarela, um arco-íris de malas sem fim. Não vou nem mencionar aqui os xingamentos, insultos e afins. As pessoas simplesmente se estranham em nome de uma "paixão". Hoje, um amigo (tricolor, diga-se de passagem) que não vejo há muito tempo, falou comigo através de uma das redes sociais. Perguntou como eu estava. Devolvi a pergunta, ao que ele respondeu: "Estou ótimo, o dia ontem foi perfeito, o dia hoje está mais colorido. Tudo na mais Santa Cruz" (Tradução: Meu time venceu, por isso sou a pessoa mais feliz do mundo) E acrescentou: Você deveria estar feliz também. Deveria?? Até deveria, mas por outros motivos. Pimeiro que nem torço pelo time em questão. Reconheço o mérito, parabenizo, mas infelizmente, ou felizmente, a final do Campeonato Pernambucano de 2011, aliás o campeonato inteiro, não acrescentou nada a minha existência. Exceto pelo tempo destinado a escrever essas linhas. Os mais fanáticos que me desculpem. Não concordo, mas respeito. Cada um com seu cada um. É só que eu me recuso a depositar a razão da minha felicidade nas mãos (ou nos pés) de quem quer que seja.

Um comentário:

EU disse...

Perfeito! Assino em baixo! Ah, só pra constar eu existo tanto quanto a moqueca de arraia existe... :P