Como ela consegue?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Todos perguntam: E aí? Alguma emoção? Alguma palpitação? Algum calor? Frio na barriga? Algum incômodo? Alguma coisa, pelo amor de Deus?! Ao que ela sempre responde, um pouco impaciente, com um audível não. Nada. Nadinha. As pessoas estranham. Como ela consegue ser assim? Nem ela sabe responder. Só sabe ser assim. Ele veio. Viram os fogos. Abraçaram-se. Desejaram-se coisas boas. Conversaram como grandes amigos que sempre foram, desde o dia em que se conheceram. Ela riu porque ele chorou. Não um sorriso crítico. Adivinhando que ele choraria, ele sempre chora, sorriu porque algumas coisas não mudam. Ele riu quando ela acordou mal-humorada, incomodada com o barulho. Não um sorriso irônico. Adivinhando que ela acordaria com o barulho, ela sempre fica de mau humor quando acorda cedo, sorriu porque algumas coisas não mudam. Nada explica como os sentimentos se modificam. Talvez eles tenham consciência da importância que um teve na vida do outro. E tenham aceitado que é impossível apagarem-se de suas histórias. E resolveram cultivar o carinho e o respeito que existe, e que ambos visivelmente sentem. A recíproca é muito verdadeira. O fato é que ele se sentiu feliz por estar ali, sendo parte da família. E ela ficou feliz por ele ter vindo. Foram horas agradáveis. Como foram, durante muito tempo, as horas, antes de tudo ter um fim. Depois, despediram-se com um longo abraço. Ela falou pra ele ter cuidado. Pediu para que ligasse quando já estivesse em casa. Ele respondeu que sim, e partiu. Como ela consegue? Se, algum dia, alguém souber a resposta, por favor, sinta-se a vontade para explicar. E ela lhe será eternamente grata.

2 comentários:

daniguedes disse...

Acho que não sou merecedora dessa gratidão. Pelo menos nessa encarnação, não.

Bjusssssss! Tô morrendo de saudades!

Katita disse...

Tudo bem! Ninguém pode acertar tudo, o tempo inteiro. :P